A ANA – Aeroportos de Portugal estranha a hora escolhida para a realização do plenário dos inspetores do SEF, segunda-feira às 06h00, porque coincide com o período em que são mais necessários, antecipando atrasos significativos no aeroporto de Lisboa.
“Estranhamos a hora em que se vai realizar o plenário, entre as 06h00 e as 08h00, porque é nesse horário que chegam e partem a maior parte dos voos internacionais com passageiros que precisam de controlo de passaporte na fronteira, os chamados voos ‘não Schengen'”, realçou fonte oficial da ANA – Aeroportos de Portugal à Lusa.
“Poderá haver problemas neste tipo de voos, pelo que pedimos aos passageiros que têm ligações que necessitem de controlo de passaporte para que tentem chegar o mais cedo possível ao aeroporto”, acrescentou a mesma fonte.
E realçou: “A ANA lamenta esta situação à qual é alheia e promete, na medida da sua possibilidade, oferecer o mínimo de conforto aos passageiros afetados”.
Por seu turno, o presidente do sindicato que representa os inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Acácio Pereira, confirmou à Lusa a realização do plenário a partir das 06h00 no aeroporto de Lisboa, justificando o horário com a mudança do turno da madrugada para o da manhã.
O presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF/SEF) lamentou ainda que a ANA esteja “a intrometer-se” na atividade do sindicato.
Já a Associação Representativa das Companhias Aéreas em Portugal (RENA) considerou “no mínimo surpreendente” que o plenário tenha sido marcado para “a hora de pico” das operações internacionais.
“Custa-nos a aceitar a decisão, que pode provocar atrasos assinaláveis e complicar muitos voos de ligação. Essa é a grande preocupação das companhias”, assinalou à Lusa António Portugal, secretário-geral da RENA.
E reforçou: “A situação vai causar problemas amanhã [segunda-feira] às companhias e passageiros. Não é o plenário que nos preocupa. É o arrastar de uma situação em que há falta de meios do SEF no aeroporto de Lisboa”.
O responsável apontou para a forte aposta de Portugal no turismo e os incómodos que esta realidade acarreta, deixando um “apelo à tutela e ao Governo” para que providencie os meios necessários para o SEF desempenhar a sua função no aeroporto da capital portuguesa.