O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu esta sexta-feira que Moçambique precisa de melhorar a estratégia de comercialização agrícola, considerando que o modelo vigente é “essencialmente reativo”.

“Não é segredo que ainda não conseguimos alcançar as bases estruturantes que possam elevar a nossa agricultura e respetivo comércio a níveis que Moçambique realmente merece”, avançou o chefe de Estado moçambicano, falando durante a abertura no Primeiro Fórum de Comercialização Agrícola, que decorre esta sexta-feira na província da Zambézia, centro de Moçambique.

Embora destaque “alguns sucessos”, Filipe Nyusi entende que as estratégias de comercialização agrícola de Moçambique devem procurar espaço no mercado internacional, garantindo que o país aproveite no máximo o seu potencial.

Ao destacar os benefícios de um bom plano comercialização agrícola, o chefe de Estado moçambicano sublinhou que a estratégia do país deve valorizar o mercado interno também e garantir que não haja casos de perdas de produção por falta de compradores ou por ineficiência de conservação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para o chefe de Estado moçambicano, o plano operacional da comercialização agrícola tem a obrigação de criar um sistema transparente entre os produtores e os grandes compradores, bem como garantir a ligação entre o mercado e as zonas rurais.

“É um imperativo nacional o investimento de todos para remover os pedregulhos que dificultam o fluxo normal do comércio agrícola”, afirmou Filipe Nyusi, que reitera que há necessidade de um maior investimento para a exportação.

“É necessário que se reconheça que se o modelo de comercialização que temos vindo a seguir é essencialmente reativa e sem capacidade para responder de forma proactiva aos desafios e expetativas das nossas populações”, observou.

Para 2017, Moçambique prevê produzir mais de 17 milhões de toneladas de produtos agrícolas diversos.

As províncias do Zambézia, Tete, Sofala e Manica, no centro de Moçambique, e Niassa, no norte, são as que mais contribuíram na produção, principalmente de cereais, como consequência da chuva que está a cair nestas regiões, depois de uma campanha agrícola devastada por uma seca severa que deixou no ano passado 1,5 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar em todo país.

A falta de vias de acesso e a chuva que está a cair fortemente em alguns pontos do país são normalmente pontadas como as principais dificuldades no âmbito da produção agrícola, que ainda maioritariamente de subsistência.