O PSD considerou esta sexta-feira que a redução do défice para 2,1% é um dado positivo para o país mas que foi feita “pelo caminho errado”, com recurso a medidas extraordinárias e não sustentáveis. Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado do PSD Duarte Pacheco disse que, com este resultado divulgado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o partido espera que “Portugal possa sair do Procedimento por Défice Excessivo”.

No entanto, salientou que todas somadas as medidas “não sustentáveis e extraordinárias” representam cerca de 1,4% do PIB, considerando que se “reduziu o défice mas com habilidades”. “Ainda por cima temos um agravamento da dívida pública que passou os 130% do PIB [Produto Interno Bruto]. Se a redução é boa, foi por um caminho errado, que não é sustentável”, criticou.

O défice orçamental ficou nos 2,1% do PIB em 2016, em linha com o previsto pelo Governo e um valor que abre caminho ao fim do Procedimento por Défices Excessivos (PDE), divulgou o INE.

O CDS-PP também já reagiu e diz que o resultado é muito relevante, no entanto, adverte para efeitos futuros.

A deputada do CDS-PP Cecília Meireles considerou esta sexta-feira muito relevante que Portugal possa sair do Procedimento por Défices Excessivos (PDE) mas advertiu que as medidas que permitiram a descida do défice dificilmente se poderão repetir.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O CDS acha que é muito relevante que o país possa sair do Procedimento por Défices Excessivos. Já no passado dissemos que se o Governo estivesse comprometido e empenhado teria sido possível iniciar o processo de saída porque o défice ficou contido nos 3%”, afirmou.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, Cecília Meireles defendeu que “é muito importante estar atento” e perceber se “é possível manter estes resultados” de forma sustentada, advertindo que “foram conseguidos, por um lado, com medidas que muito dificilmente se poderão repetir”.

“É o caso das cativações, porque muitos serviços públicos pura e simplesmente já não conseguem continuar a funcionar, e o corte muito expressivo no investimento, de 10%, que provavelmente não se poderá manter este ano”, sublinhou. O resultado do défice foi também conseguido à custa de “medidas extraordinárias” que “deixam uma herança para os anos futuros”, como o programa “PERES” e a reavaliação de ativos.

Em resultado do PERES (Plano Especial de Redução do Endividamento ao Estado), a EDP vai pagar menos 174 milhões de euros de impostos por ano, frisou. Cecília Meireles manifestou ainda preocupação face à evolução da dívida pública que “deu sinais de descida” mas que “este ano volta a subir, ainda que ligeiramente”.

“É um dado que tem de ser acompanhado muito atentamente porque mais uma vez achamos que a dívida é só um número, mas a dívida e os juros da dívida são uma conta que os portugueses pagam todos os meses”, sublinhou.