A CNN escreve que Sean Spicer, o responsável pela comunicação na Administração Trump, se esqueceu da “primeira regra da política”: nunca, nunca fazer comparações com Hitler. Pois foi isso que Spicer fez esta terça-feira em conferência de imprensa. Na resposta a uma pergunta sobre o envolvimento russo no encobrimento do ataque com gás na Síria, Spicer disse que “não foram usadas armas químicas na II Guerra Mundial” e que até uma pessoa “tão desprezível como Hitler não usou armas químicas”. E acrescentou: “Penso que, quando falamos de gás sarin, ele [Hitler] não atacou o seu próprio povo com gás da maneira como Assad está a fazer”.

O secretário para imprensa agarra-se a detalhes para justificar as declarações (mantendo imprecisões históricas), alegando que Hitler não bombardeou alemães com armas químicas, mas dizimou-os (em particular os judeus) em câmaras de gás. Meia hora após as primeiras declarações, numa espécie de justificação, Spicer garantiu que “não queria de forma alguma diminuir a natureza horrenda do Holocausto” e que estava apenas a tentar “traçar uma distinção” da “tática de lançar armas químicas de aviões contra o povo”. Acrescentou que “qualquer ataque a inocentes”, independentemente da forma, é condenável.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sean Spicer pede ainda à Rússia para refletir “se quer ser aliada de um país com um regime assim”. Na segunda-feira, Spicer já tinha feito declarações polémicas quando na última segunda-feira disse: “Quem lançar gás contra um bebé, quem matar inocentes com uma bomba, vai ter uma resposta deste Presidente.”

Entretanto, a líder dos democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, exigiu a demissão de Sean Spicer, escrevendo em comunicado que “enquanto as famílias judaicas em toda a América comemoram a Páscoa, o porta-voz da Casa Branca está a minimizar o horror do Holocausto “. Pelosi exige, além da demissão de Sean Spicer, que Donald Trump se demarque das declarações.

Depois da polémica, Spicer já assumiu ser um “erro” a comparação que fez, embora tenha voltado a insistir que se referia a gás lançado através de aviões.