A Direção-Geral da Saúde (DGS) admite que as crianças sejam vacinadas logo a partir dos seis meses sobretudo em situações de pós-exposição ao vírus do sarampo. Esta primeira vacina contra o sarampo (VASPR) não invalida, porém, a necessidade de a criança voltar a ser vacinada aos 12 meses, como previsto no Programa Nacional de Vacinação em vigor. A indicação surge numa nova recomendação, publicada esta quinta-feira, no site da DGS.
A VASPR deve ser administrada a crianças com idade entre os seis e os 12 meses ou, no que se refere à segunda dose, antes dos cinco anos, exclusivamente mediante prescrição médica em suporte de papel, como previsto, em situações especiais, no Programa Nacional de Vacinação”, lê-se na norma.
Caso a criança seja vacinada antes dos 12 meses terá de ser novamente vacinada aos 12, como previsto no Programa Nacional de Vacinação, refere a DGS, mas “respeitando o intervalo mínimo de quatro semanas entre as doses”.
A autoridade de saúde sublinha que “a prescrição deve ser devidamente ponderada pelo médico tendo em consideração a situação clínica e epidemiológica em cada momento e em particular em situações de pós-exposição”.
Em relação à antecipação da segunda dose, não resulta claro, da leitura da nova norma, a partir de que idade pode ser administrada.
A DGS reitera que “a vacina contra o sarampo deve ser administrada, sem bloqueios administrativos e sem qualquer pagamento por parte do utente, como definido no Programa Nacional de Vacinação”.
Na sequência do atual surto de sarampo, a DGS tinha vindo a lembrar que a vacinação antes das idades “está prevista no Programa Nacional de Vacinação para situações excecionais, sendo apenas administrada mediante prescrição médica e respetiva fundamentação, em particular para pessoas que estiveram em contacto com doentes”.
Questionado, no início da semana, precisamente sobre a hipótese de antecipação da vacina, o diretor-geral da Saúde explicou que “há ainda a circular anti-corpos transmitidos pela mãe. Daí que as crianças antes dos seis meses raramente têm doenças infecciosas”, mas admitiu que os peritos estavam “exatamente a equacionar esse problema [antes dos 12 meses]”.