O Ministério Público acusou cinco médicos do Hospital Padre Américo, em Penafiel, de não terem feito tudo o que podiam para salvar a vida de uma adolescente que foi várias vezes às urgências do hospital, sem que nunca lhe fosse diagnosticado um tumor cerebral.

Segundo o Jornal de Notícias, os médicos estão acusados violarem as “leges artis”, isto é, de não terem feito os procedimentos mais adequados para diagnosticar Sara Daniela Moreira, que morreu em 2013, aos 19 anos, nas oito das dez idas às urgências.

Dos cinco acusados, um dos médicos, que observou a jovem três vezes, está acusado de três crimes de “leges artis” enquanto outro especialista enfrenta dois crimes. Só os dois médicos que viram Sara nas suas duas primeiras idas às urgências é que não foram acusados — a falta de historial e as queixas apresentadas mostram que não houve “atuação negligente”.

O acusação do MP refere que os especialistas tiveram “uma atitude ético-profissional de descuido ou leviandade face às queixas, sintomas e historial clínico de Sara, não tendo agido de acordo com os protocolos médicos e conhecimento científico disponível” e não mandaram realizar “exames de diagnóstico complementar” que teriam permitido diagnosticar o tumor.

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O procurador diz ainda que as acusações aos médicos não são mais graves porque, de acordo com o parecer do Instituto de Medicina Legal, “a taxa de sobrevivência a estes tumores é apenas de 5%”.

O Conselho Médico-Legal adianta também que “o diagnóstico atempado do tumor poderia apenas ter aumentado o tempo de sobrevivência de Sara Daniela” pelo que, para o magistrado, não se pode estabelecer “causalidade a falta de diagnóstico dos médicos e o resultado morte”. Ainda assim, se o tumor “tivesse sido descoberto em tempo, permitiria um tratamento adequado com prolongamento de sobrevida e melhoria da qualidade de vida da doente”, lê-se na acusação.

Para o Conselho Médico-Legal, os médicos deviam ter pedido “uma tomografia axial computorizada ou uma ressonância magnética”.

Quem era Sara, a adolescente que cuidava do irmão e morreu sem ninguém saber como