O presidente da distrital de Leiria do PS pediu esta segunda-feira a demissão do provedor da Santa Casa de Pedrógão Grande, João Marques, que deu a informação errada a Passos Coelho sobre um alegado suicídio na sequência dos incêndios.

Passos Coelho disse esta segunda-feira ter tido conhecimento de que um suicídio terá ocorrido em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, por falta de apoio psicológico, informação que se veio a verificar ser falsa e que lhe tinha sido dada pelo provedor da Santa Casa daquele concelho, João Marques.

Exijo a demissão imediata de João Marques do cargo de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande. Alguém que demonstra esta falta de responsabilidade atroz e oportunismo político do mais insensível que existe não pode continuar a representar uma entidade com os valores da Santa Casa da Misericórdia”, afirma António Sales, líder da distrital socialista, na nota enviada à agência Lusa.

António Sales sublinha, no comunicado, que, “como se não bastasse o sofrimento que estão a passar os familiares de todas as vítimas, ainda vem o provedor da Santa Casa inventar uma história de suicídios”.

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É inaceitável que João Marques não se demita imediatamente porque este caso é demasiado grave para ser resolvido com um simples pedido de desculpas. Com a vida das pessoas não se brinca”, conclui o líder distrital.

O provedor da Santa Casa de Pedrógão Grande afirmou esta segunda-feira à agência Lusa que se vai manter no cargo daquela instituição e como candidato pelo PSD à autarquia, apesar de ter transmitido informação sobre um alegado suicídio sem a confirmar. “Admito que houve uma grande irresponsabilidade”, disse à Lusa João Marques.

Provedor de Santa Casa assume que passou informação errada de suicídio a Passos

Apesar de admitir que houve “uma grande irresponsabilidade” da sua parte ao dar a informação sem a confirmar e sem alertar as autoridades, o provedor da Santa Casa de Pedrógão Grande afirmou que se pretende manter no cargo que ocupa naquela instituição e como candidato do PSD à Câmara. “Não vejo porque não”, referiu João Marques, sublinhando que está a contar ficar nos cargos que ocupa – provedor da Santa Casa e presidente da concelhia do PSD – “até ao final dos respetivos mandatos”.

Questionado pela agência Lusa, João Marques frisou que não considera que a transmissão de uma informação por confirmar relativa a um suicídio “seja uma irresponsabilidade” tal “que implique uma solução tão radical” como a renúncia aos mandatos dos cargos que ocupa e a renúncia à candidatura à liderança do município.

João Marques foi líder do executivo de Pedrógão Grande (distrito de Leiria) pelo PSD de 1997 até 2013 (quatro mandatos), altura em que não se pôde recandidatar devido à lei de limitação de mandatos. Em 2013, Valdemar Alves foi eleito presidente da autarquia, como independente, nas listas do PSD.

Quando se esperava uma recandidatura de Valdemar Alves pelo PSD, a concelhia liderada por João Marques aprovou o nome deste antigo presidente da câmara como candidato social-democrata à autarquia. Após esta decisão, Valdemar Alves tornou-se candidato independente pelo PS às eleições de outubro.