A cor púrpura não enganava ninguém: o espetáculo da The New Power Generation (NPG) a abrir o palco principal ia ser um tributo a sua excelência, o príncipe de Minneapolis. A banda que acompanhou Prince em alguns dos álbuns e digressões mais populares do início dos anos 90 — a Nude Tour, Graffiti Bridge, Diamonds and Pearls e Love Symbol — trouxe ao Super Bock Super Rock (SBSR) um desfile de clássicos. Apesar de terem uma carreira independente de Prince, é pela música deste que são conhecidos, não há volta a dar.
“Sexy MF” logo a abrir (tinha de ser) deixou antever uma homenagem a sério; seguiram-se “I Wanna Be Your Lover”, “Sign O’ the Times”, “Raspberry Beret”, “Kiss”, “Lets Go Crazy” e por aí adiante até à despedida, o inevitável “Purple Rain”. Pelo meio apareceu a nossa Ana Moura para cantar “Little Red Corvette”.
A intérprete cantou com Prince no SBSR ainda no Meco, em 2010, uma prestação que muitos consideram decisiva na projeção da artista. Foram grandes amigos, por isso era de prever que Ana Moura aceitasse o repto lançado pela NPG para estar aqui esta noite, em mais uma homenagem, vestido brilhante púrpura, o mesmo que usou nos Globos de Ouro de 2016 (ano da morte de Prince). Sorriso largo, visivelmente contente por estar ali, no melhor dos tributos ao pequeno gigante.
Prince era conhecido pelo perfeccionismo e pela mão de ferro com que construia a sua música e os respetivos espetáculos ao vivo. É um detalhe que reforça a importância e protagonismo daqueles que tinham pedalada para o acompanhar. A NPG foi uma dessas bandas, daí que não fosse difícil, ao ouvir todos estes clássicos, fechar os olhos e pensar que Prince estava ali. Mas não esteve, o que fez toda a diferença. Ainda assim, foi bom de ver, é uma escola como não há muitas.