A ex-selecionadora feminina e atual diretora da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) Mónica Jorge encara o Europeu da Holanda como um momento histórico, com a ideia de que depois desta prova “nada será igual”.

A antiga atleta de futsal e halterofilismo, de 39 anos, licenciada em Desporto de Alto Rendimento, esperou 17 anos, desde que chegou à FPF em 2000, para adjunta do selecionador José Augusto, para viver um apuramento inédito.

Costumo dizer que depois deste Europeu nada será igual, nós já conseguimos o respeito dos nossos adversários, todos eles já temem um bocadinho jogar contra Portugal, isso já nos deixa um bocadinho com orgulho”, disse à agência Lusa a diretora da FPF.

Mónica Jorge viveu e também tentou, primeiro como adjunta, em 2000, e depois selecionadora, a partir de 2007, resultados no futebol feminino português, mas foi já no papel de diretora que viu a seleção AA apurar-se em novembro para o primeiro Europeu.

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“Elas [jogadoras] é que são as protagonistas, e os treinadores, e o staff todo, conseguiu este mérito. Como é óbvio não é só um grupo, é um todo, porque foi a federação que investe e está a investir continuadamente em outras áreas, nas competições femininas, em criar mais seleções femininas, na deteção do talento, isto acaba por ter evolução sustentada, um grande feito foi que nos últimos anos apurámos três equipas para o campeonato da Europa, nas sub-19, sub-17 e nas AA”, frisou a responsável.

A quatro dias da estreia na competição que decorrerá na Holanda, Mónica Jorge não consegue antever o que será o futuro, mas ressalva que é o trabalho de forma sustentada que tem permitido o crescimento no futebol feminino português.

“Se esse crescimento for sustentado, que acompanhe um desenvolvimento nas camadas mais jovens se calhar vamo-nos qualificar mais vezes, uma coisa é certa, estamos no bom caminho e depois desta presença nesta fase final nada será igual para o futebol feminino”, disse.

A acompanhar diariamente o estágio das 23 escolhidas, que no sábado viajam para a Holanda, Mónica Jorge tem a certeza que o grupo representa “uma geração muito grande” e que no Europeu serão as primeiras a querer ser motivo de orgulho.

“Esperamos todos dar o nosso melhor, esperamos todos representar as nossas seleções dignamente, pensando jogo a jogo, construindo algo muito bonito, todas elas são referências no futebol feminino e estão a representar uma geração muito grande que nos acompanhou até agora, mais do que ninguém elas querem dar esse orgulho a Portugal”, sublinhou a diretora da FPF.