Uma solução para drones que permite restabelecer ou reforçar as comunicações sem fios em cenários de emergência, festivais ou manifestações está a ser desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), do Porto.

Com esta solução, concebida em parceria com a empresa portuguesa de fabricação de drones Tekever, pretende-se recorrer a redes sem fios (wireless) ou 4G (utilizada nos telemóveis) para criar “pontos de acesso voadores” que auxiliem as comunicações, disse à Lusa o investigador do INESC TEC, Rui Campos.

Esses pontos de acesso permitem cobrir cenários de emergência, como incêndios ou cheias, nos quais, muitas vezes, a ligação da infraestrutura deixou de funcionar ou reforçar a capacidade das comunicações, apoiando as equipas que atuam no terreno e as pessoas afetadas por essas catástrofes, explicou.

A equipa pretende ainda que a solução, “flexível e de rápida instalação”, consiga, autonomamente, verificar as zonas que necessitam de um reforço na cobertura da rede, com base no tráfego registado pelos terminais dos utilizadores.

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De acordo com responsável pela área de redes sem fios do Centro de Telecomunicações e Multimédia do INESC TEC, os drones não precisam de estar permanentemente a voar, podendo pousar numa determinada zona de altitude elevada, que permita cobrir a área de interesse.

O que existe hoje em dia é a instalação de estações de base móveis temporárias, suportadas por camião, que são posicionadas nos locais onde decorrem os eventos associados ao verão”, indicou o investigador.

No entanto, segundo Rui Campos, a flexibilidade de posicionamento desses camiões é “reduzida”, estando limitado aos locais onde é possível estacionar o veículo”.

Para além disso, as estações assentam maioritariamente em ligações via satélite, “com custos elevados e limitações de largura de banda”, acrescentou.

Esta tecnologia está a ser desenvolvida no âmbito do projeto WISE, que finaliza em maio de 2019 e é financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização COMPETE 2020, e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).