“As Colinas de Nagasáqui” (1990)

Com tradução de Gabriela Gonçalves, foi editado em Portugal pela Relógio d’Água em 1990, oito anos depois do original em inglês, A Pale View of Hills, que marcou a estreia de Kazuo Ishiguro nas letras, depois de ter estudado escrita criativa na universidade de East Anglia, em Norwich , Inglaterra. Conta a história de uma japonesa no Reino Unido, Etsuko, que recebe a visita da filha mais nova e recorda as perdas familiares, o marido e a filha mais velha que já morreram, e os traumas da guerra, num livro descrito como uma reflexão sobre o papel da mulher na sociedade.

“Um Artista do Mundo Transitório” (1990)

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

An Artist of the Floating World, de seu título original, é narrado na primeira pessoa por um pintor, Masuji Ono, num olhar sobre o passado e a forma como a II Guerra Mundial comprometeu a sua vida. O papel secundário das pessoas mais velhas na sociedade japonesa da segunda metade do século XX é um dos temas tratados. Original de 1986, traduzido em Portugal por P. Kings para a editora Livro Aberto.

“Os Despojos do Dia” (1991)

A obra mais conhecida de Kazuo Ishiguro é de 1989, ano em que recebeu o Man Booker Prize, considerado o mais importante prémio literário britânico. Foi adaptada ao cinema em 1993 pelo realizador norte-americano James Ivory, com Anthony Hopkins no papel de um mordomo que reencontra um amor antigo durante uma viagem. “Uma verdadeira obra-prima”, classificou a secretária permanente da Academia Nobel, Sara Danius, citada pelo jornal The Guardian. A tradução portuguesa de “The Remains of the Day”, assinada por Fernanda Pinto Rodrigues, com revisão de José Soares de Almeida, saiu pela Gradiva em 1991 e foi reeditada em 1995.

[trailer de “Os Despojos do Dia”, de James Ivory]

https://www.youtube.com/watch?v=YksYkXhSP_Y

“Os Inconsolados” (1995)

The Unconsoled, publicado entre nós no mesmo ano da versão em inglês, é história de um pianista famoso que não consegue controlar todos os aspetos da sua vida em vésperas de um concerto – descrito como uma personagem digna de Kafka. Deixou críticos incapazes de formular um opinião definitiva. “Difícil, desconcertante, desafiador”, escreveu Sam Jordison no Guardian. “Estou numa luta. Não é que não admire ou não goste do livro; no fim, talvez até concorde com os que pensam tratar-se de uma obra-prima”, acrescentou. Tradução de Fernanda Pinto Rodrigues para a Gradiva.

“Quando Éramos Órfãos” (2000)

Terceiro livro de Ishiguro traduzido por Fernanda Pinto Rodrigues, também para a Gradiva, When We Were Orphans foi descrito à época como o romance em que o escritor tinha finalmente conseguido modular a sua escrita e fazer uma síntese do estilo e temas das obras anteriores. O narrador, Christopher Banks, tenta descobrir o msitério do desaparecimento dos pais, numa história, tal como as anteriores, na primeira pessoa e num tempo passado.

“Nunca me Deixes” (2005)

Never Let Me Go, também adaptado ao cinema, por Mark Romanek, é tida como uma narrativa de ficção científica que aborda o tema da clonagem. Antigos colegas de uma escola especial, em que as crianças eram protegidas do mundo exterior e educadas como seres especiais, Kathy, Tommy e Ruth voltam a viver um triângulo amoroso. Tradutor: Rui Pires Cabral. Editora: Gradiva.

[trailer de “Nunca me Deixes”, de Mark Romanek]

“Noturnos: Cinco Histórias sobre Música e o Cair da Noite” (2009)

Cinco contos narrados por homens, na primeira pessoa, uma marca do autor, que podem ser lidos como peças de um mesmo concerto e abordam temas como o confronto com promessas da juventude, os desenganos, o mistério e a deceção no outro, o fim sem catarse, de acordo com as sinopses. Tradução de Rui Pires Cabral para a Gradiva.

“O Gigante Enterrado” (2015)

Colhe sugestões de O Senhor dos Anéis, de Tolkien, e entra em mundos de criaturas imaginárias. “A coisa mais estranha, arriscada e ambígua” que Ishiguro alguma vez publicou, escreveu o New York Times em 2015, ano da edição original. Axl e Beatrice, numa viagem sobrenatural protegida por uma cavaleiro. Ana Falcão Bastos assina a tradução, revista por Maria de Fátima Carmo, numa edição Gradiva. Primeiro romance de Ishiguro depois de uma década de interregno.