Pedro Santana Lopes criticou o “tom” e o “conteúdo” da entrevista de Rui Rio ao semanário Expresso, acrescentando que o seu oponente na candidatura à liderança do PSD é quem sai mais prejudicado com este tipo de considerações.
“Não fica bem entrar nessa conversa, acho que devo tratar do que importa aos militantes do PPD-PSD. Eu vou dizer assim: há entrevistas que podiam ser dadas todos os dias, para mim era muito bom, nesse tom, nesse conteúdo. O que me tem chegado hoje de reações é impressionante. Eu poderia dizer que se eu gostasse de ver esse tom, eu pediria para ela [a entrevista] ser dada todos os dias, mas acho que não deve ser feito“, afirmou o antigo primeiro-ministro, em declarações à SIC Notícias.
Santana Lopes esteve, este sábado em Valongo, numa sessão de esclarecimento sobre o seu programa de candidatura à presidência do PSD.
“Quando escolherem têm de saber que liderança querem: uma liderança mais austera, distante, mais calada, mais seca — eu estou a repetir a preocupação do défice zero e a preocupação do chamado banho de ética e mais uns pontos — ou a proximidade das pessoas.”
O ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa aproveitou a sua intervenção, perante 200 militantes, para responder a Pacheco Pereira que, no programa Quadratura do Círculo da SIC Notícias, acusou o candidato à liderança social-democrata de ter passado “toda a vida” a “conspirar” contra as direções do partido, tendo mesmo tentado criar “um partido novo que concorresse com o PSD”.
“O Dr. Pacheco Pereira esta semana acusou-me de já ter conspirado, nestes 40 anos de militância partidária. Eu diria mal seria se assim não fosse. Todos nós já conspirámos um bocadinho.”
Também na noite de sábado, Rui Rio comentou a entrevista que deu ao Expresso, no sábado, sublinhando que teve reações “muito positivas”.
“As primeiras reações à entrevista que eu tenho são todas muito positivas. Se me perguntar se fosse eu a escrever a entrevista eram aqueles destaques que fazia, seriam eventualmente outros, são critérios editoriais. Mas as reações que tenho são positivas, ele [Santana Lopes] há-de dar também as suas entrevistas e há-de dizer o que entender que deve dizer”, disse o ex-autarca do Porto à SIC Notícias.
Recorde-se que o próximo líder social-democrata será escolhido em eleições diretas a 13 de janeiro de 2018.