O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, acusou esta segunda-feira o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Jorge Simões, de “transmitir aos portugueses a ideia de que existem médicos e utentes de primeira e de segunda categorias”.
Referindo-se ao teor de uma entrevista do presidente do Conselho Nacional de Saúde, Jorge Simões, à Antena 1, divulgada na semana passada, na qual, este responsável terá, do ponto de vista de Miguel Guimarães, desvalorizado os médicos, o bastonário prometeu transmitir “uma mensagem forte à sociedade portuguesa”.
O doutor Jorge Simões fez declarações em que desvaloriza o trabalho dos médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), deixa em aberto que o SNS não precisa assim tanto de médicos, precisa é de mais profissionais de saúde. E estas afirmações causaram mau estar junto dos médicos e obviamente merecem uma resposta da nossa parte”, disse o bastonário da Ordem dos Médicos.
Miguel Guimarães lembrou que o presidente do Conselho Nacional de Saúde “tem responsabilidades muito grandes na sociedade portuguesa”, criticando que este tenha dito que “muitas das tarefas dos médicos deveriam ser feitas por enfermeiros, farmacêuticos e paramédicos”.
Está a dar um sinal aos portugueses de que para exercer medicina afinal não é preciso fazer um curso de medicina. Não é preciso estudar entre 11 e 13 anos. Não é preciso tirar grandes notas. Não é preciso aumentar o conhecimento a cada ano que passa. Dá ideia de que a medicina pode ser feita por qualquer pessoa”, descreveu.
Para o bastonário, esta visão, está “a lançar na sociedade portuguesa a ideia de que podem existir médicos de primeira e médicos de segunda categoria”: “[Jorge Simões] está a promover uma política em que existem utentes de primeira e utentes de segunda categoria”, afirmou Miguel Guimarães que falava aos jornalistas à margem da sessão de apresentação do livro “O Setor da Saúde – Organização, Concorrência e Regulação”, sessão presidida pelo ministro da Saúde, Adalberto Campis Fernandes.
A Ordem fará uma posição forte que vai ser transmitida pessoalmente ao doutor Jorge Simões. E vai ser transmitida oficialmente ao senhor ministro da Saúde e obviamente à sociedade portuguesa”, concluiu.