A empresa de segurança privada PSG, que era responsável pela segurança da discoteca Urban Beach, vai deixar de exercer os seus serviços de segurança em estabelecimentos de diversão noturna.

“A Administração da PSG, dentro da responsabilidade social que lhe cabe, deliberou que irá cessar todos os contratos referentes a estabelecimentos de diversão noturna, com a finalidade de se distanciar de situações semelhantes, já que malogradamente, não conseguiu evitar as ocorridas”, informou a empresa em comunicado.

Na nota, publicada no site da empresa, a PSG explica que nos últimos dias preferiu “manter o silêncio, apenas para permitir que os órgãos de policia criminal e demais entidades responsáveis possam realizar o seu trabalho, sem qualquer tipo de interferência, colaborando ativamente em tudo o que lhe foi solicitado”.

A PSG recorda ainda que “suspendeu preventivamente os trabalhadores envolvidos no incidente, enquanto decorre o processo disciplinar, para aplicação das sanções disciplinares que se mostram necessárias”.

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Empresa ataca comunicação social

No comunicado, a empresa de segurança diz ainda “repudiar a constante ligação que tem vindo a ser feita entre os acontecimentos e a atividade desta sociedade”. “Apesar de entender que constitui obrigação dos órgãos de comunicação social informar e alertar a comunidade para a gravidade da situação”, a PSG sublinha que “é uma empresa de segurança privada, com 10 anos de existência no mercado, devidamente licenciada e certificada, que emprega perto de mil trabalhadores, distribuídos por centenas de postos de trabalho”.

“Ao contrário do que tem vindo a ser divulgado nos meios de comunicação social, a atividade da PSG não se enquadra exclusivamente nem maioritariamente na segurança de estabelecimentos de diversão noturna. Muito pelo contrário, esta área de atuação representa cerca de 3% do volume de negócio da empresa, sendo que os restantes 97% respeitam a clientes institucionais, públicos e privados, com relações contratuais duradouras”, lê-se no comunicado.

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“A PSG bem como os restantes trabalhadores, não se revê, de forma alguma, nos atos praticados no passado dia 1 de novembro, sendo os mesmos completamente contrários aos valores, princípios, normas e diretivas da empresa”, escreve ainda a empresa de segurança.

Recorde-se que esta sexta-feira o Ministério da Administração Interna ordenou “a realização de uma ação de fiscalização da atividade” da empresa, na sequência do episódio de violência que veio a público na última quarta-feira.

No dia 1 de novembro, foi divulgado um vídeo nas redes sociais que mostra um conjunto de seguranças a agredir violentamente um jovem à porta da discoteca Urban Beach. O caso, dada a violência da situação e as repetidas queixas (só este ano já foram apresentadas 38 queixas à PSP sobre casos semelhantes), levou o Ministério da Administração Interna a determinar, esta sexta-feira, o encerramento temporário da discoteca. Os proprietários têm agora seis meses para adotar um conjunto de medidas para reforçar a segurança antes de poderem tornar a abrir portas.

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