O movimento Barcelona is not Catalonia, que luta contra o separatismo catalão e defende a manutenção da cidade de Barcelona em Espanha, está a promover a criação de uma nova comunidade autónoma (unidade em que está dividido o estado espanhol), independente da Catalunha, que abranja os municípios de Barcelona e Tarragona e se mantenha em Espanha: a comunidade de Tabarnia.

A palavra, que de acordo com o El País já é uma das mais pesquisadas nas redes sociais e no Google, resulta da aglutinação das palavras Tarragona e Barcelona, os dois municípios catalães que fariam parte deste projeto.

Os resultados das eleições regionais da última quinta-feira deram mais força aos argumentos dos promotores da iniciativa. Nas províncias de Barcelona e Tarragona os resultados foram muito mais favoráveis aos unionistas do que aos independentistas. O resultado dos independentistas na província de Girona, por exemplo, foi quase 20 pontos percentuais superior a0 resultado em Barcelona.

O termo Tabarnia é um neologismo para denominar os territórios costeiros entre Tarragona e Barcelona, que partilham características e anseios comuns, claramente diferenciados do resto da comunidade autónoma“, defende a plataforma na sua página de Internet. A futura comunidade autónoma até já tem uma bandeira, composta pelas bandeiras de Tarragona e Barcelona.

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Os promotores da iniciativa destacam “uma alta densidade de população, uma intensa relação comercial com o resto de Espanha, o orgulho pelo bilinguismo, uma mentalidade aberta, maiores rendimentos e maioria de votos não separatistas” como as características que unem o povo desta comunidade autónoma proposta.

Outro dos argumentos utilizados pelos defensores da autonomia de Tabarnia é, como escreve o El País, um dos mesmo usados pelos independentistas catalães: a questão económica. É que a plataforma argumenta que o município de Barcelona paga à Generalitat (governo regional catalão) 32% a mais do que recebe na redistribuição de fundos.

“Nós pensamos que, consumando-se ou não o golpe de estado que Carles Puigdemont pretende fazer, não interessa a Tabarnia continuar na Catalunha”, defendem ainda os promotores. A ideia, por enquanto, ainda é apenas um projeto na Internet, mas está a ganhar seguidores: a página de Facebook da iniciativa já conta com mais de sete mil seguidores.

O assunto também começa a ganhar dimensão junto da esfera política. Esta terça-feira, a cabeça de lista pelo Ciudadanos às eleições regionais da última quinta-feira, Inés Arrimadas, publicou no Twitter uma mensagem em que defende “uma Catalunha dentro de Espanha e da União Europeia, onde se respeite e se entenda a pluralidade e a diversidade”.