O antigo líder da JSD, Pedro Duarte, acredita que Rui Rio pode ganhar as próximas legislativas, mas avisa que não está disponível para integrar a direção do atual líder. Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, Pedro Duarte considera que “está tudo em aberto” para as legislativas de 2019, já que “muita coisa ainda vai acontecer” e a sociedade portuguesa está na “expectativa” para “perceber e conhecer” o novo líder do PSD.

Pedro Duarte não quer, porém, colocar pressão em Rio. O antigo secretário de Estado não exige ao novo líder que vença as próximas eleições, já que essa obrigatoriedade “seria uma casca na banana colocada no terreno na nova liderança. O social-democrata apela que se dê “todas condições para que o PSD se afirme.” E acrescenta: “Isso é importante para quem é do PSD e, portanto, acredita que o PSD deve governar daqui a dois anos”.

Questionado sobre se estaria disponível para integrar uma direção de Rui Rio, Pedro Duarte diz que está disposto a dar o seu “contributo e ajudar” e garante que quer que “corra bem esta liderança“, mas avisa que não podem contar com ele para a cúpula do partido: “Tenho alguns constrangimentos na medida que tomei uma decisão há alguns anos de sair da vida política ativa e, de facto, dedicar-me à minha carreira e vida profissional e académica. Não tenho nenhuma razão para mudar isso nesta altura. O líder do partido sabe isso”.

Ou seja: ser vice-presidente de Rui Rio não é motivação que baste para voltar à política ativa. E, portanto, explica Pedro Duarte o contributo será “dado civicamente, através de ideias, de moções, que possa ajudar a encontrar as melhores soluções para o país”. Pedro Duarte manteve-se não alinhado nas diretas — nem apoiou Rio nem Santana — e por isso também não era propriamente um dos nomes prováveis a integrar a direção de Rio.

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Pedro Duarte e Carlos Moedas entregam moção. Admitem rendimento universal e questionam progressividade fiscal

O antigo líder da “jota”, que apresentou uma moção ao Congresso com Carlos Moedas, defende a posição de Rui Rio nos acordos de regime. Para Pedro Duarte, o novo líder do PSD “tem mostrado uma atitude construtiva a esse respeito que é de salutar“, já que “não fecha portas por razões conjunturais, por razões de interesse partidário e tem mostrado, desse ponto de vista, um sentido patriótico”. No entanto acrescenta que os acordos de regime são um desafio que “não está nas mãos de um homem só”, por isso é “importante haver conjugação de forças e de circunstâncias que sejam favoráveis.”

Numa parte da entrevista referente às respostas rápidas, Pedro Duarte explicou, sobre o Bloco Central, que não gosta “da ideia de Bloco” porque “pressupõe uma sustentação no tempo, excessiva”, mas” a ideia de haver acordos e causas comuns [é] fundamental para o futuro do país”. O antigo líder da JSD classificou ainda Marcelo Rebelo de Sousa — de quem foi diretor de campanha, mas de quem se afastou após as eleições — como um “líder inspirador e absolutamente exemplar”. Definiu ainda Passos Coelho como um “patriota que desempenhou [uma] missão extraordinariamente difícil” e que fica na “história como uma reserva importante para o país”.