Mais de 500 pessoas foram executadas na Venezuela em rusgas do programa governamental Operações de Libertação do Povo (OLP), denunciou na segunda-feira a ex-procuradora-geral da Venezuela Luísa Ortega Díaz. “As OLP são uma operação de segurança cidadã implementada pelo Governo em 2015. Atacam a população sob a política do extermínio. Mais de 500 pessoas foram executadas nas OLP. A polícia, além de executar os cidadãos, semeava provas”, disse.

Segundo o diário venezuelano El Nacional, a denúncia teve lugar em Genebra, na Suíça, durante o fórum “Venezuela: terror from the left” (Venezuela: terror da esquerda). No fórum participaram também o ex-secretário da Comissão Interamericana de Direitos Humanos Santiago Cantón, o coordenador da ONG Programa Venezuelano de Educação e Ação em Direitos Humanos – Provea, Rafael Uzcategui, e a ativista de direitos humanos Lilian Tintori, mulher do político venezuelano Leopoldo López (atualmente preso), esta última através de videoconferência.

A ex-procuradora geral Luísa Ortega Díaz foi destituída depois de acusar o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela de provocar uma “rutura da ordem constitucional” ao emitir uma sentença em que assumia as funções do parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, e outra levantando a imunidade dos parlamentares. Ao ser questionada sobre quais as razões pelas quais se afastou do regime, a magistrada explicou que os seus “princípios lhe indicaram que tinha de trabalhar em função dos direitos humanos”.

Luísa Ortega Díaz prevê entregar, nos próximos dias, ao Tribunal Penal Internacional, provas de uma denúncia que fez em 2017 contra o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pela alegada violação de direitos humanos no país. A magistrada também deverá entregar documentos sobre o ‘massacre’ de El Junquito, ocorrido a 18 de janeiro último, quando um antigo ex-polícia e piloto de helicóptero foi assassinado, conjuntamente com outras seis pessoas, durante uma operação policial, apesar de se ter rendido e ter pedido, através de vídeos divulgados naInternet, que não disparassem porque havia civis no local.

Segundo a ativista Lilian Tintori, há 378 presos políticos na Venezuela em “condições inumanas”, que são “isolados, torturados” e proibidos de receber visitas de familiares.

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