Nota: 13

Nas suas funções enquanto ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques assume um duplo papel: o primeiro é essencialmente de coordenação, apoio e suporte político ao primeiro-ministro, enquanto o segundo, de natureza mais técnica, diz respeito à modernização da Administração Pública. Por serem funções substancialmente diferentes, importa considerá-las separadamente na análise do desempenho de Maria Manuel Leitão Marques.

Relativamente à modernização administrativa, o pelouro fica para já marcado pela recuperação da marca “Simplex” como agregador de reformas nesse domínio. A recuperação não surpreende, já que o Simplex teve origem na passagem de Maria Manuel Leitão Marques pela secretaria de Estado da Modernização Administrativa entre 2005 e 2011. Neste domínio é ainda muito cedo para avaliar resultados, mas as medidas e intenções já anunciadas vão genericamente no bom sentido e merecem – pelo menos – o benefício da dúvida.

No plano das funções mais estritamente políticas, a avaliação de Maria Manuel Leitão Marques não pode, naturalmente, ser feita em separado do resto do Governo – e em especial da acção do primeiro-ministro António Costa. Em termos pessoais, a ministra tem mantido a sua habitual postura serena e um padrão de comunicação pública seguro e ponderado, ainda que sem especial brilho ou entusiasmo. O tom do Governo tem sido marcado por António Costa e, no que diz respeito a Maria Manuel Leitão Marques, o episódio politicamente mais marcante até agora acabou por ser o da peculiar vaca voadora que recebeu das mãos de António Costa. A intenção era transmitir que não há impossíveis para este Governo, mas a imagem arrisca-se a ficar para a posteridade como símbolo do alheamento da realidade e da irresponsabilidade da “geringonça”.

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