A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apelou hoje à Alemanha para reforçar os setores dos serviços e da banca e promover a igualdade de oportunidades, num relatório que assinala a resistência da economia alemã à crise. A primeira economia europeia “mostrou-se extremamente resistente à crise”, nota o relatório da OCDE.
A organização deixa, no entanto, algumas recomendações ao país como “aumentar a capacidade de resistência do setor bancário”, reforçar o setor dos serviços e tornar o crescimento “mais social”, apesar de reconhecer que as desigualdades e a pobreza não são tão acentuadas como noutros países.
“A Alemanha está bem, mas gostávamos que todos tirassem proveito da situação”, declarou, numa conferência de imprensa, em Berlim, o diretor da organização, Angel Gurria, apontando a necessidade de reformar o sistema educativo para uma maior igualdade de oportunidades. Gurria congratulou-se com a decisão do atual governo, o terceiro liderado por Angela Merkel, de introduzir um salário mínimo a partir de 2015.
As recomendações da OCDE são semelhantes às da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). A fraqueza do setor dos serviços tem sido apontada na Alemanha como um entrave à procura interna. O ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, prometeu, na mesma conferência de imprensa, estar atento a esta situação.
A OCDE prevê um crescimento da economia alemã de 1,9% este ano e de 2,3% no próximo, uma previsão ligeiramente mais otimista que a da maior parte das instituições internacionais e do próprio governo alemão, que apontam para 1,8% em 2014 e 2% em 2015.