O museu dedicado à tragédia de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, abre esta quarta-feira no lugar onde outrora estiveram as Torres Gémeas. Inaugurado oficialmente pelo Presidente Barack Obama a 15 de maio, esteve aberto 24 horas por dia, durante cinco dias, permitindo que familiares das vítimas, sobreviventes e pessoal que prestou socorro na altura pudessem visitá-lo por marcação, para poderem apreciar o momento tranquilamente e a sós, se assim o desejassem. Para o dia da abertura, os bilhetes já estavam esgotados desde o início da semana.

O 9/11 Memorial, um tributo aos cerca de três mil mortos, foi inaugurado dez anos depois de os edifícios terem colapsado devido ao embate de dois aviões num ato terrorista. Mais de 12 milhões de pessoas, segundo o The Guardian, já visitaram o local onde estão inscritos os nomes daqueles que morreram nos vários ataques desse dia, em Nova Iorque, Virgínia do Norte e Pensilvânia, mas também no primeiro ataque ao World Trade Center em 1993. Os nomes estão gravados nas placas de bronze que rodeiam as duas piscinas – as maiores cascatas artificiais nos Estados Unidos -, com cerca de quatro mil metros quadrados cada.

O museu, 9/11 Memorial Museum, abre cerca de oito anos depois de as obras terem começado. Enquanto engenheiros, arquitetos e construtores ocupavam o tempo a dar uma nova vida ao local de onde tinham retirados todos os destroços, os responsáveis do museu tomavam decisões difíceis sobre que peças deveriam ser incluídas na exposição. Este “local sagrado”, como Barack Obama lhe chamou, também conhecido como ground zero, está instalado numa área de 65 mil metros quadrados. A exposição está distribuída em sete andares abaixo do nível do solo, correspondendo a quase 450 mil metros quadrados.

Após a tragédia, mais de 12 mil artefatos foram recolhidos com o objetivo de poderem ser expostos num museu, incluindo flores, que foram secas para poderem ser conservadas, mensagens de pesar e fotografias, com crianças de mão dada com os pais, objetos pessoais, materiais das equipas de salvamento ou partes dos edifícios, como mostra o The New York Times. Alguns dos 800 artefatos escolhidos para a exposição despertam emoções e até podem causar alguma revolta, mas os protestos chegaram sobretudo pela transferência dos restos mortais das vítimas não identificadas para o local. Na manifestação, em alguns cartazes, podia ler-se: “Um museu não é um cemitério”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

[jwplatform SLByotqM]
Vídeo cedido pelo 9/11 Memorial Museum

A entrada no museu é feita através de um edifício espelhado e luminoso, mas gradualmente desce-se para um espaço mais escuro, 20 metros abaixo no nível da estrada. As novas escadas terminam nas escadas antigas, que proporcionaram a fuga a centenas de pessoas a 11 de setembro de 2001. No final da exposição vê-se a Última Coluna, uma viga de aço com 10 metros, onde os responsáveis pela limpeza do sítio foram colando memórias. O The New York Times permite fazer uma visita pela exposição através de fotografias e vídeos.

A praça e o museu tiveram um custo estimado de 700 milhões de dólares, cerca de 510 milhões de euros, em que cerca de metade, 390 milhões de dólares, foram suportados pelos impostos dos contribuintes, segundo o Global News. O museu pode ser visitado entre as 9h00 e as 20h00, com uma taxa de acesso para adultos de 17,50 euros, mas a entrada é livre às terças-feiras, das 17h00 às 20h00. O dinheiro realizado com os bilhetes, cerca de 40 milhões de doláres anualmente, servirá para cobrir a maior parte os custos operacionais.