Um Falcon da Força Aérea levou, na quarta-feira, o ministro da Defesa da Tunísia a casa, depois deste ter perdido o voo comercial quando terminou a visita de três dias a Portugal.

O atraso de Ghazi Jeribi deveu-se a um problema de segurança na zona VIP do aeroporto de Lisboa. O detetor de metais apitou quando o ministro tunisino ia a passar no aparelho e, perante a insistência do funcionário de serviço para revistar o ministro, este recusou. Gerou-se, então, um impasse que fez com que o tunisino, que estava acompanhado por dois representantes do Governo português (um do Ministério da Defesa e outro do Ministério dos Negócios Estrangeiros), perdesse a hora de embarque no voo comercial, que tinha como destino Madrid.

Perante o sucedido, confirmou o Observador junto do Ministério da Defesa, o Governo português resolveu colocar à disposição de Jeribi um Falcon da Força Aérea (avião a jacto com capacidade para nove pessoas), o que o ministro estrangeiro aceitou, preferindo, então, ir directamente para Tunes, em vez de ir para Madrid. O embarque, às 18h, fez-se pelo aeródromo de trânsito de Figo Maduro, instalações da Força Aérea encostadas ao aeroporto de Lisboa e onde as regras dependem dos militares e os titulares de cargos políticos nunca são sujeitos a controles de segurança.

Este transporte, que ao todo durou cinco horas, teve um custo de cerca de 27.500 euros, uma vez que o valor médio de uma hora de voo de Falcon é de 5.500 euros. A fatura deste serviço será enviada pela Força Aérea ao Ministério de Aguiar-Branco.

Ao Observador, o porta voz da Força Aérea confirmou que “foi solicitado pelo Ministério da Defesa uma missão de Falcon inopinada com destino a Tunes”. Contactada pelo Observador, a embaixada da Tunísia não quis fazer qualquer comentário, afirmando desconhecer o assunto.

O ministro da Defesa da Tunísia, Ghazi Jeribi, esteve de segunda a quarta-feira em Portugal, a convite do homólogo português, José Pedro Aguiar-Branco, e encontrou-se também com o Presidente da República, Cavaco Silva. E tratou-se da primeira visita oficial a Portugal de um ministro deste país, desde a aprovação da nova Constituição tunisina em janeiro deste ano. Durante a visita foi assinado um protocolo bilateral de cooperação entre os Institutos de Defesa Nacional dos dois países.

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