O antigo líder parlamentar do CDS-PP, António Lobo Xavier, afirmou esta sexta-feira que, se o PS entende que é altura de “recuperar a figura do eng. Sócrates”, então será também altura para o regresso à política ativa.
“Se realmente o PS acha que esta é altura de recuperar a figura do engenheiro Sócrates, então essa é a altura de também eu voltar à política ativa”, afirmou António Lobo Xavier, num almoço da candidatura PSD/CDS-PP às eleições europeias, em Penafiel.
O advogado, gestor e comentador político referiu que teve a iniciativa de pedir para estar presente na campanha da Aliança Portugal e apontou a entrada do ex-primeiro-ministro na campanha do PS como a razão que o fez sair de casa: “Confesso a minha reação espontânea quando se falou no eng. Sócrates a descer o Chiado abraçado a António José Seguro e a António Costa”.
Depois de ressalvar que não considera que o ex-secretário-geral do PS, José Sócrates, seja “o único responsável pela crise portuguesa”, António Lobo Xavier declarou: “O que me preocupou e o que me fez sair de casa e estar aqui é que não se pode jogar com a falta de memória das pessoas. Eu não estou disponível jogar com a falta de memória das pessoas e a distração das pessoas”.
“Para mim, o eng. Sócrates não é apenas a pessoa que apostou a solvabilidade do país à espera de um milagre que nunca aconteceu em sucessivos planos de austeridade que nunca deram resultado. É também o seu estilo como político, como governante, o modo como usou o Estado, o modo como se ligou às empresas, as companhias de que se rodeou, a sua indiferença perante os meios”, acrescentou.
Antes, António Lobo Xavier elogiou os candidatos da Aliança Portugal Paulo Rangel e Nuno Melo – “como políticos e como parlamentares eu não vejo onde estão nas outras listas melhores figuras”- e referiu a “amizade e companheirismo” como outro fator que o fez querer estar presente nesta campanha.
“Acho muito mais importante isso do que falsas e hipócritas unidades, que juntam personalidades que não se podem ver, que juntam personalidades não conversam, que juntam personalidades que têm interesses contraditórios, que juntam personalidades que estão a pensar na sua própria pessoa”, considerou.