Quatro polícias morreram, esta madrugada, na sequência de um ataque “terrorista” contra a residência do ministro do Interior, em Kasserine, no centro-oeste da Tunísia, revelou um porta-voz ministerial à AFP.

“Quatro polícias foram mortos e outro ficou ferido durante um ataque terrorista com espingardas ‘Kalashnikov’ que teve como alvo a casa do ministro do Interior”, disse Mohamed Ali Aroui à agência noticiosa francesa.

Não foram divulgadas informações sobre quem estaria no interior da casa no momento do ataque, mas é pouco provável que o ministro do Interior Lotfi Ben Jeddou estivesse no local, uma vez que reside habitualmente em Tunes. A mulher e os filhos, no entanto, vivem em Kasserine.

Um correspondente da AFP no local viu vestígios de sangue nas paredes exteriores e no pavimento a poucos metros da casa. Os atacantes estavam a bordo de uma ‘pick-up’, segundo relatou um morador, que viu os encapuzados depois do ataque.

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Não se sabe quem esteve por detrás do assalto, mas correspondentes da BBC em Tunes lembram que o exército tunisino tem estado em pé de guerra com militantes islamitas há vários anos. O grupo Ansar al-Sharia, criado em 2011 para implementar a lei islâmica na Tunísia, é desde o ano passado considerado pelo governo uma ‘organização terrorista’. De acordo com Tunes é o mais provável responsável pelo ataque.

O líder do Ansar al-Sharia, conhecido por Abu Iyadh, está a monte desde que o governo emitiu um mandado de captura na sequência de ter alegadamente organizado um ataque à embaixada norte-americana em Tunes, em 2012, que vitimou quatro pessoas.

A insegurança neste país do norte de África aumentou exponencialmente desde que o Presidente Ben Ali foi deposto em janeiro de 2011, num golpe que veio dar início à Primavera Árabe.

A Tunísia atravessou 2013 com crises políticas atribuídas ao movimento ‘jihadista’, acusado do assassínio de dois políticos da oposição. Este ano, o poder ficou nas mãos de um governo formado por independentes que tem como missão principal conduzir o país rumo à realização das eleições legislativas e presidenciais até ao final do ano.