O rei Juan Carlos de Espanha, acompanhado da rainha Sofia e do seu sucessor, presidiu hoje à sua última cerimónia militar, despedindo-se oficialmente dos militares com uma receção no Palácio Real, para assinalar o Dia das Forças Armadas.

Descontraído e sorridente, e a poucos dias de entregar o trono ao filho, o rei recebeu os cumprimentos dos 180 convidados ao lado da rainha Sofia, e dos futuros reis de Espanha, os príncipes das Astúrias Filipe e Letizia, e, segundo a agência espanhola EFE, brincou com a sua abdicação ao reino com o ministro da Defesa Pedro Morénes, também presente.

Há muitos anos que o Palácio Real não recebia esta cerimónia no Dia das Forças Armadas. Apesar de as principais cerimónias para assinalar a data em 2013 terem decorrido em Madrid, tiveram um formato mais contido e austero. Em anos anteriores o dia foi assinalado em outras comunidades do país.

O ainda rei espanhol vai assinar a lei que determina que irá abdicar do trono numa cerimónia solene, no Palácio Real, que decorrerá na véspera da proclamação do seu filho como Felipe VI, avançaram hoje fontes da Casa Real.

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Com essa assinatura e posterior publicação da lei orgânica da abdicação no Boletim Oficial de Estado, previsivelmente a 18 ou 19 de junho, terminará o reinado de Juan Carlos, cujo título poderá passar a ser conde de Barcelona, tal como ocorreu com o seu pai.

As Cortes espanholas preveem ainda a aprovação, até dia 18, a lei orgânica que marca esta alteração histórica em Espanha no Congresso e no Senado, tornando Felipe VI como o rei mais jovem de todas as monarquias do mundo.

No entanto, Espanha tem assistido nos últimos dias a manifestações republicanas a exigir um referendo para que os espanhóis possam escolher se querem continuar monárquicos ou instaurar a República.

Um inquérito publicado hoje no jornal El País revela que mais de 62% dos espanhóis defende um referendo que dê a escolha ao povo entre monarquia e república, depois de Juan Carlos ter abdicado do trono em favor do seu filho Felipe, no dia 2 de junho, uma vontade que é mais visível entre os jovens.

Ainda assim, quase metade dos espanhóis prefere uma monarquia com Felipe VI como rei (49%), face a 36% dos inquiridos que prefere uma república.