Quando se senta num carro, por exemplo, das marcas Volkswagen, Renault ou Nissan, encosta a cabeça e apoia os braços já lhe lhe ocorreu perguntar onde são feitos os materiais? A resposta é simples: muito provavelmente é têxtil produzido em Portugal.
Desde 1999, que a Copo Têxtil Portugal produz têxteis para revestimentos de diversas peças utilizadas no interior dos automóveis. Os tecidos utilizados nos tetos, painéis de portas, assentos, apoios de braço e de cabeça são feitos nas duas fábricas do grupo de capital espanhol: uma em Santo Tirso e outra em São João da Madeira. Aqui produz-se “24 horas por dia, 7 dias por semana”, explica ao Observador o diretor geral da empresa, Gilmar Padeiro.
Empresa faturou 20 milhões em 2013
Por ano, são “nove milhões de metros de tecido”, cerca de 95% da produção, que saem do país com destino à indústria automóvel de países como a “Alemanha, República Checa, França, Espanha ou Reino Unido”, diz o responsável.
Com a crise, o volume de negócios caiu em 2012, mas uma aposta forte “na estratégia comercial, na excelência do produto” e na competitividade, as vendas aumentaram no ano passado. “Tivemos 20 milhões de faturação”, sublinha Gilmar Padeiro. Em 2014 espera faturar ainda mais: “27 milhões de euros”.
Com o aumento das encomendas, também aumentou o trabalho. Em 2012, quando o mercado de produção automóvel foi abaixo, houve redução de pessoal e ficaram “140 trabalhadores”. Em 2014, destaca Gilmar Padeiro, são “já 200 funcionários”.
Empresa de Santo Tirso emprega 200 funcionários
O diretor geral da Copo Têxtil Portugal diz ao Observador “que a retoma no setor automóvel europeu já se sente” e que tem ajudado a impulsionar o negócio, sobretudo o mercado alemão. “Até 2012, os clientes alemães eram cerca de 10% da nossa carteira de clientes, mas, a partir de 2014, começaram a representar 40%”, sendo que o grupo Volkswagen representa cerca de 30% do volume de negócios da empresa de Santo Tirso.
A estratégia de crescimento da Copo Têxtil Portugal, segundo Gilmar Padeiro, passa “bastante pela proximidade com o cliente”. Por isso, a empresa decidiu abrir, em fevereiro, um gabinete técnico na Alemanha, onde trabalham especialistas na área comercial, designers e técnicos têxteis.
Entrar em mercados fora da Europa “tem sido sido difícil, porque são muito especiais. A Rússia é um mercado bastante fechado”, afirma o diretor geral. Por isso, a Copo Têxtil Portugal “procura sempre parceiros estratégicos, e não sócios, para entrar nesses mercados”.
Expandir e aproximar para crescer
Os têxteis para revestimento de automóveis feitos em Portugal já começaram a entrar “na Rússia e já começámos a exportar para a Argentina. E o próximo passo rumo à América do norte já foi dado.
“Estamos a instalar uma fábrica no México”, revela ao Observador Gilmar Padeiro. A nova unidade “ainda está na fase inicial de implementação”.
A Copo Têxtil Portugal está a construir um “edifício, com cerca de três mil metros quadrados”. O investimento, na ordem dos cinco milhões de euros, vai dar “trabalho a cerca” de 50 pessoas. O objetivo é estar mais “próximo do cliente”, nomeadamente dos norte-americanos.
A empresa de Santo Tirso contínua a “trabalhar com excelência para exportar” e espera “daqui a três anos, atingir os 35 milhões de euros de faturação”. É o objetivo ambicioso, reconhece Gilmar Padeiro, mas “realista”.