A seleção do Gana participa este ano pela terceira vez num Campeonato do Mundo de Futebol. Por esse motivo, ninguém no país quer perder pitada dos jogos da fase de grupos, onde jogou já com os Estados Unidos (perdeu por 2-1) e tem ainda pela frente a Alemanha e Portugal. Só que o Gana vem sofrendo de faltas de eletricidade desde o início de 2014 e, para que os jogos não sejam interrompidos a meio, o país decidiu racionar o acesso a este recurso e ainda comprar 50 megawatts à Costa do Marfim.

O problema está nas barragens hidroelétricas do Rio Volta, que têm registado baixos níveis de água, o que não permite a produção de energia em elevadas quantidades. Aliás, a maior barragem deste rio teve mesmo de desligar duas das três turbinas. O regulador do setor já por diversas vezes ordenou mesmo apagões esporádicos de modo a racionalizar a utilização deste recurso energético.

Durante os jogos, a eletricidade no Gana provém em parte da Costa do Marfim, além de as centrais energéticas ganesas trabalharem na sua capacidade máxima e de a maior fundição do país – e também aquela que mais energia consome -, a Volta Aluminium, reduzir a sua produção.

“Estes planos estão a ser feitos para que os consumidores possam ver jogos de futebol ininterruptamente durante o Mundial”, disse a Comissão Reguladora dos Serviços de Utilidade Pública ganesa em comunicado.

Alguns especialistas naquele país africano encaram estas medidas como populistas, uma vez que “há um crescente desânimo entre o povo relativo ao custo de vida, à inflação galopante e ao facto de o Governo congelar salários”, explica à Bloomberg Shilan Shah, economista.

O défice ganês deverá ser este ano de 10% e tudo indica que os gastos extra com a importação de energia da Costa do Marfim não estava previamente orçamentada, pelo que pode representar um aumento do valor do défice.

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