“Foi detida, foi constituída arguida e conduzida ao Estabelecimento Prisional da Cancela e volta na segunda-feira para ser ouvida pelo juiz de instrução”, adiantou na noite de sábado fonte da Polícia Judiciária. A mãe do menino de 18 meses, juntamente com o pai da criança e um outro indivíduo – não identificado – prestou declarações nas instalações da PJ no Funchal durante cerca de sete horas na noite passada, sendo suspeita de ter “encenado” o desaparecimento do filho.

“O interrogatório foi no âmbito do caso do desaparecimento da criança, mas ninguém ficou detido, foram para suas casas”, referiu na madrugada de sábado fonte da PJ, depois de considerar que começava a ganhar consistência, após vários interrogatórios feitos aos pais e outras pessoas, a possibilidade do “desaparecimento do Daniel ter sido uma encenação do casal para depois vender a criança”.

A detenção da mãe de Daniel, hoje, surge depois de desavenças com o pai da criança, na sequência das quais foram feitas acusações que levaram a PJ a efectuar várias diligências, designadamente interrogatórios, que começaram sexta-feira. Nesse dia, os progenitores do menino saíram das instalações policiais na madrugada de sábado em carros separados e seguiram para a Calheta, onde vivem. Lídia Freitas voltou depois, já no sábado, a ser chamada à sede da PJ no Funchal, de onde seguiria para a prisão.

“Estamos a desenvolver diligências e a trabalhar nesse inquérito”, declarou o responsável, escusando-se a fornecer mais pormenores sobre o assunto.

Daniel, um menino de 18 meses, foi dado como desaparecido desde a tarde de 19 de janeiro, um domingo, quando se encontrava num encontro familiar na casa do tio, localizada no sítio dos Reis Acima, na zona alta do concelho da Calheta, acabando por ser encontrado três dias depois por um profissional responsável pela distribuição de água de rega na Madeira entre as 7h00 e as 8h00 no meio da floresta.

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Quando foi encontrada, a criança apresentava sinais de frio, mas segundo o pediatra que o observou no Hospital do Funchal, estava “clinicamente bem”. Na altura, o médico considerou “intrigante” que o bebé tenha conseguido sobreviver sozinho ao relento durante três dias e noites nas zonas altas da Calheta.

Após o alerta do desaparecimento da criança foi desencadeada uma operação de busca para encontrar o menino, mas, no fim da manhã do dia seguinte, o coordenador da PJ no Funchal deu por “terminadas” as buscas sem que a criança tivesse sido encontrada.

A detenção da mãe de Daniel acontece passados seis meses do seu desaparecimento.