Se é verdade que a idade não nos deve impedir de nos adaptarmos às coisas novas… A Universidade de Rutgers sabe-o bem. É uma das mais antigas universidades dos Estados Unidos da América e começa, ainda este mês, o primeiro curso de Perspetivas Femininas em que a figura principal é Beyoncé. Os videoclips da cantora e as letras das canções serão objeto de estudo no módulo sobre as políticas sexuais e de género na América.
O Colégio de Skidmore, em Nova Iorque, por seu lado, abriu um curso de verão sobre “A Sociologia de Miley Cyrus”. A professora responsável pelas aulas explica: “Miley é um surpreendente fenómeno cultural. O curso é uma forma criativa e específica de olhar para o conceito de ‘estranho’, o que é ou não apropriado e para as questões de estratificação de género.” E acrescenta, com base no passado da cantora de 21 anos. “Ela era uma estrela da Disney [Hannah Montana], e agora é um símbolo sexual. Há uma dicotomia de virgem/prostituta a ser analisada”.
Kevin Allred, professor na Universidade de Rutgers, explica a escolha de caras conhecidas para ensinar determinados assuntos: “Às vezes, quando os alunos não conseguem apreender a teoria ou leituras muito densas, é mais fácil dar-lhes exemplos do mundo que os rodeia”. James Bennett, da Universidade de Londres, acrescenta: “Da cirurgia ao peito da Angelina Jolie, à adopção de crianças do Malawi pela Madonna, são muitos os casos em que as celebridades são usadas para contar histórias que levam a debates profundos sobre a moral, a política, economia ou cultura”.
E há mais exemplos. Na Universidade de Missouri, há um curso em que Jay-Z, rapper e marido da cantora de 32 anos, e Kanye West, com a mesma profissão e casado recentemente com Kim Kardashian, são as personalidades escolhidas para as aulas sobre a relação entre os rappers e a poesia no “sonho americano”. Resta saber, agora, se a moda vai pegar nas universidades portuguesas.