Os desempregados e os trabalhadores precários e insatisfeitos profissionalmente registam maiores consumos excessivos de álcool, tabaco, medicamentos e drogas, revela um estudo divulgado nesta quarta-feira e que, pela primeira vez, analisa o consumo de substâncias psicoativas na população laboral.

O estudo, feito no âmbito do III Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral 2012, introduz pela primeira vez na análise dos dados a questão dos consumos na população laboral e conclui que o consumo destas substâncias é maior entre esta população laboral quando comparada com a população geral.

A investigação, promovida pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e das Dependências (SICAD), analisou o consumo diário de tabaco, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e de medicamentos no último mês e o uso de substâncias ilícitas no último ano.

O consumo de bebidas alcoólicas atingia os 53,2 por cento da população laboral (50,3 por cento na população geral) e o de tabaco situava-se nos 30 por cento (26,3 por cento na população geral).

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O estudo, que tem uma amostra de 6.817 entrevistas validadas no continente, Açores e Madeira, e inclui na população laboral os desempregados, revela consumos superiores de álcool (22,9 por cento entre os homens contra 20,7 nos empregados), tabaco (53,3 por cento entre os homens contra 33,8 por cento nos empregados).

Também entre os trabalhadores a tempo parcial, a prevalência destes dois consumos é superior à dos trabalhadores a tempo inteiro.

O consumo diário de tabaco atinge os 56,2 por cento entre os trabalhadores homens (22,4 por cento nas mulheres) a tempo parcial e o consumo excessivo de álcool os 20,3 por cento (4,9 por cento nas mulheres), contra os 35,9 (20,8 nas mulheres) e os 19,6 por cento (4,9 por cento das mulheres) dos trabalhadores a tempo inteiro.