Parabéns, Seinfeld. A série de televisão que pôs os norte-americanos (e não só) a rir na década de 1990 faz esta sexta-feira 25 anos. Foram 180 episódios em nove temporadas de riso, com Jerry, George, Kramer e Elaine a retratarem a mítica cidade de Nova Iorque, a partir de um pequeno apartamento em Manhattan.

Criada por Jerome “Jerry” Seinfeld, inspirada em Seinfeld e protagonizada por Seinfeld, a série de comédia que precedeu sucessos como o de Friends, Sex and the city, ou êxitos mais recentes como a How I met your mother e Modern family ainda não teve quem lhe seguisse o género.

A Fox vai tentar, em breve, com Mulaney, a série que Reilly, responsável pelo entretenimento do canal norte-americano, adiantou ter “os ingredientes para ser a Seinfeld da nova geração”. Conseguirá o protagonista de Mulaney cativar os jovens de hoje tal como Seinfeld cativou os da década de 90?

Seinfeld's Girlfriends- Episode #04-0706 - "The Soup Nazi" Special Guest: Alexandra Wentworth 1997 Castle Rock Entertainment (Photo By Getty Images)

As relações de Jerry com as mulheres eram um dos temas recorrentes em Seinfeld. (Getty Images)

O buraco de uma geração existe, diz a revista norte-americana Time. Se quem tem hoje mais de 30 anos consegue ter memória da série e ver em Seinfeld e nos amigos uma referência, quem nasceu na década de 1990 pode nunca ter rido com o estilo inconfundível de Jerry, o comediante, George, o melhor amigo, Kramer, o vizinho e Elaine, a ex-namorada, e não saber que expressões como “No soup for you”, “Master of your domain” ou a mítica “yada, yada, yada” têm na série a sua génese.

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Para James Poniewozik, crítico de televisão da Time, a série que nos últimos 25 anos pode ter chegado mais perto do estilo “mercenário e alegre” de Seinfeld foi a Always Sunny in Philadelphia. Mas não chegou a continuar com o legado deixado pelos quatro amigos. “No final destes 25 anos, a série encontra-se como o quarteto de personagens se encontrava no final – sozinhos no seu próprio mundo, auto-suficientes”, diz Poniewozik, para quem o facto de Seinfeld ser inimitável é uma forma de medir o seu sucesso.

“Existirão sempre muitos poetas desvairados, mas só existe exatamente um William Blake”, adianta Poniewozik, para ilustrar a autenticidade de Seinfeld.

E porque é que a série, que é uma versão ficcional do próprio autor, continua a ser diferente de outras comédias televisivas? “Porque tem a pureza de um comediante que se foca na santidade da piada, acima de qualquer outro sentimento, com a qualidade de ser relacionável, de ter um sentido social maior – que ainda faz parecer, com vigor, que nos ‘estamos a borrifar’”, refere.

Para o crítico, a série que faz esta sexta-feira 25 anos transcede gerações e o próprio tempo. É por isso que não acredita que seja possível imitá-la. Acerca da Mulaney, confessa que já viu o episódio piloto e que tem algumas semelhanças com Seinfeld, mas que ainda precisa de tempo para “se encontrar a si própria”.

Se será a próxima Seinfeld ou se vai brilhar pela sua autenticidade não se sabe, mas como escreveu Poniewozik: “como é que uma série se torna na próxima Seinfeld? Não a sendo”.