Os ministros das Finanças da União Europeia reúnem-se hoje, em Bruxelas, pela primeira vez sob presidência italiana, com todas as atenções centradas num debate sobre uma maior flexibilidade na disciplina orçamental, reclamada por várias capitais, incluindo Roma.

Num Conselho de Economia e Finanças (Ecofin) no qual a presidência semestral italiana apresentará o seu programa de trabalho até ao final do ano, haverá lugar para uma discussão sobre a atual situação económica, havendo vários países, como a própria Itália de Matteo Renzi, que defendem que, uma vez ultrapassado o período mais crítico da crise, durante o qual foi reforçada a disciplina em termos de consolidação das contas públicas e cumprimento de metas de défice e dívida, deve haver agora uma flexibilização das regras, para promover o crescimento.

Na segunda-feira, à margem da reunião do fórum de ministros da zona euro, um grupo de países, com a Alemanha à cabeça, já manifestaram sérias reservas às pretensões de uma flexibilização das regras, sustentando que só é possível garantir um crescimento sustentável prosseguindo o caminho das reformas estruturais e da consolidação orçamental, para não se voltar atrás nos esforços feitos, pelo que essa flexibilização só deve ser concedida em troca de reformas reais, como aconteceu durante a crise, em que países como Portugal viram prolongadas as metas para baixar o défice, mas a troco de mais ajustamento.

O debate promete assim ser animado, entre os Estados-membros que não querem dar uma “folga” na disciplina imposta às políticas económicas dos Estados-membros, e aqueles que, com maiores problemas no cumprimento das metas de défice ou de dívida, defendem uma flexibilização, como essencial para levar a cabo certos investimentos que fomentem o crescimento e a criação de postos de trabalho.

Portugal está representado no encontro pela ministra Maria Luís Albuquerque, que no final do Eurogrupo de segunda-feira não prestou declarações à imprensa.

 

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