A internet está cheia de artigos que tentam explicar porque é que procrastinamos. Não conhece a história do “macaco da gratificação instantânea”, que nos leva a adiar as tarefas e nos obriga a ver minutos e minutos de vídeos no YouTube ou a fazer scrolls infinitos no Facebook e só pára quando é confrontado com o “monstro do pânico”?

Nunca leu aqueles histórias que descrevem como até figuras ilustres e vencedores de prémios têm de enfrentar um impulso natural para adiar a concretização de trabalhos até aquele momento em que a única opção é fazer tudo o mais rapidamente possível sob pena de falhar um prazo?

Um artigo publicado no final de junho na revista Time revela o erro que todos fazemos e que diminui a nossa produtividade: esquecemo-nos das nossas emoções. No livro Switch, os autores Chip e Dan Heathy defendem que as emoções são uma componente essencial na realização de tarefas.

E porquê? No início deste ano, o Wall Street Journal (que dedica muitos, mas mesmo muitos artigos a este tema), sugeriu que déssemos atenção ao nosso humor naqueles dias em que as tarefas na nossa lista não param de aumentar e nós simplesmente não conseguimos riscá-las.

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Confuso? O jornal norte-americano explica que muitas vezes os procrastinadores evitam trabalhar para não terem de lidar com a ansiedade ou a preocupação que uma determinada tarefa provoca. Todos os que procrastinam sabem o que se segue: um grande sentimento de culpa por se terem entregue ao lazer quando têm uma deadline para cumprir. É um círculo vicioso de ansiedade e angústia.

Esta análise tem levado muitos psicólogos a sugerir aos procrastinadores que estejam atentos às suas emoções e atuem diretamente sobre elas, evitando a auto-sabotagem. Com base em todos estes estudos e análises, preparámos algumas sugestões que podem ajudá-lo se este texto lhe pareceu familiar.

1. Viaje no tempo

No livro “Solving the Procrastination Puzzle”, Timothy Pychyl aconselha os procrastinadores a projetarem-se no futuro e a imaginarem como será sentir as emoções positivas associadas à realização de uma tarefa. Mas também sugere que tentem sentir tudo o que acontece de negativo quando se falha um prazo.

2. Perdoe-se

A capacidade de se desculpar por não estar a fazer aquilo que deveria fazer permite diminuir a culpa e a autocrítica, o que pode diminuir a probabilidade de voltar a procrastinar.

3. Ofereça a si próprio recompensas

Esta sugestão está diretamente relacionada com a anterior. Uma recompensa produz efeitos mais positivos do que uma penalização. A revista Time refere que as recompensas são responsáveis por três quartos de tudo o que fazemos, sendo o fator dominante na dedicação ao trabalho. Por isso mesmo, alguns especialistas sugerem que ofereça algo a si mesmo quando completa uma tarefa da sua lista.

4. Pressão do grupo

Aproxime-se de pessoas que não procrastinam e que conseguem, de forma geral, cumprir os seus objetivos. Segundo a Time, alguns estudos mostram que as consequências positivas da pressão dos pares ultrapassa as consequências negativas. Esta conclusão pode ser um pouco polémica, mas tente olhar desta forma: o grupo de pessoas que nos rodeia influencia o tipo de pessoa em que nos tornamos. E de acordo com o Longevity Project, que estudou mais de 1000 pessoas durante toda a vida e chegou a essa conclusão, esta questão da influência afeta os hábitos alimentares e de saúde e até as opções de carreira.