“Está a viver-se novamente um clima de divergências e divisões entre o PSD e CDS” denunciou Marques Mendes, ex-líder do PSD, seguindo-se uma série de constatações: a conferência de imprensa sobre as alterações ao IRS foi “patética”, no Conselho de Ministros há “governo e oposição” e ainda “a gente que governa o país deve ser menos ridícula”. Quanto às presidenciais, o social-democrata antecipa que esse dossier “vai ser a maior dor de cabeça para a coligação”.

Marques Mendes queixou-se no seu espaço de comentário na SIC que as divergências voltaram à coligação, mas que “a política é muito mais do que isto”. “É sobretudo sentido de Estado” concluiu o ex-líder do PSD, dizendo que o CDS está “a brincar com o fogo”, já que “sem coligação desaparece do mapa” e o mesmo e aplica aos sociais-democratas que não conseguem ganhar eleições sem o CDS. “Convinha entenderem-se”, aconselhou.

No entanto, Mendes abriu um cenário de possível centrão após as legislativas de 2015, ao dizer que Costa – que te vantagem sobre Seguro para chegar à posição de candidato a primeiro-ministro – “dá a entender que se vai alinhar à esquerda, mas vai aliar-se ao PSD” para governar. A instabilidade da coligação, vem daí, segundo Marques Mendes: “O CDS tem um medo enorme que PSD acabe o namoro com o CDS e comece com o PS”.

Uma das etapas mais difíceis para esta reconciliação entre os dois partidos do Governo, vai ser o processo de escolha do candidato às presidenciais. Após a entrevista de Santana Lopes ao Expresso, a escolha do candidato da direita ficou ainda mais complicada com Mendes a apontar quatro candidatos: Santana Lopes (“o preferido da direção do PSD”), Rui Rio (“o preferido de Nuno Melo e do CDS”), Durão Barros e Marcelo Rebelo de Sousa “que é o mais popular e o mais desejado”.

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Natalidade e oportunidade para Portugal no novo quadro comunitário

Quanto ao estudo apresentado esta semana sobre a natalidade, Marques Mendes diz que é “positivo”, mas questiona porque é que Passos o encomendou, se começou logo a levantar dúvidas sobre a sua concretização. “Parece que o Governo reduz tudo a cortes e aumentos de impostos”, afirmou. A questão da natalidade, segundo Mendes devia ser objeto de “consenso entre os partidos” e por isso gostava que Cavaco Silva chamasse todos partidos a Belém depois das férias e os obrigasse a comprometerem-se “com um roteiro” para implementar nos próximos anos, tendo em vista o aumento dos nascimentos no país.

Uma oportunidade identifica por Marques Mendes são os fundos comunitários fechados esta semana em Bruxelas. O ex-líer do PSD anunciou que o acordo vai ser assinado a 31 de julho entre Durão Barroso e Passos Coelho e os primeiros concursos para estes fundos vão abrir já em outubro, o que significa que empresas e outras entidades poderão usufruir de uma parte dos 25 mil milhões de euros que cabem a Portugal até 2020, já no início o próximo ano.