A Espírito Santo Financial Group (ESFG) comunicou nesta quarta-feira que continua a solicitar a suspensão das suas ações até que se possa avaliar com mais precisão o impacto da sua exposição ao grupo homónimo (GES). Em comunicado colocado no sítio da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) na internet, a ESFG recordou que informara em 3 de julho que a sua exposição total ao GES era de 2,35 mil milhões de euros.

Porém, adiantou agora, “os anúncios feitos em 18 de julho e 22 de julho respetivamente pela Espírito Santo International S.A. e pela Rioforte S.A. poderão vir a ter um impacto negativo na ESFG e subsidiárias que têm exposição ao Grupo GES”. Por esta razão, a ESFG “continua assim a requisitar a suspensão das suas ações até que se possa avaliar com mais precisão o impacto desta exposição ao Grupo GES”.

No dia 18 de julho, a Espírito Santo International informou os seus credores que se candidatou ao regime de gestão controlada no Luxemburgo por não estar “em condições de cumprir as suas obrigações”, no que respeita ao pagamento das dívidas. A ESI é a holding de topo do GES e detém 100% da Rioforte, que controla participações financeiras e não financeiras, designadamente nas áreas de imobiliário, turismo, agricultura, saúde e energia.

Através da Rioforte, a ESI detém uma participação indireta (49%) na Espírito Santo Financial Group (ESFG) que gere os interesses do Grupo no setor financeiro, nomeadamente no Banco Espírito Santo (BES) em Portugal, Banque Privée Espírito Santo, na Suíça, e na Tranquilidade.

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Quatro dias depois, em 22 de julho, a Rioforte Investments apresentou um pedido de sujeição ao regime de gestão controlada ao abrigo da lei luxemburguesa. “A apresentação deste pedido está relacionada com as dificuldades substanciais ocorridas na sociedade que detém 100% do seu capital, a Espírito Santo International S.A. (ESI) – a qual apresentou um pedido de natureza semelhante no passado dia 18 de julho”, informou na ocasião a entidade.

No texto divulgado, é ainda explicitada a situação de ES Bank (Panama), Banque Privée Espírito Santo, na Suíça, Espírito Santo International e Rioforte.

Sobre a primeira, a ESFG, que detém 100% do seu capital, informou que em 17 de julho último foi informada de que a entidade supervisora de bancos do Panamá tinha assumido o seu controlo, demitido a administração e dado um prazo de 30 dias “para o banco resolver alguns problemas referentes aos seus clientes diretos”.

Em relação ao Banque Privée Espírito Santo, na Suíça, do qual também a ESFG possui a totalidade do capital, prossegue o processo de venda dos seus ativos sob gestão dos clientes baseados em Portugal, Espanha e América Latina, “no seguimento de instruções recebidas do regulador bancário suíço”. A ESFG menciona ainda os referidos pedidos de gestão controlada da ESI e da Rioforte.