Os bens do Hospital Particular de Lisboa (HPP), encerrado há dois anos, estão a ser vendidos, tendo até ao momento resultado em receitas de 82.150 euros, a que se juntam 12 mil euros de dívidas recuperadas, informou o administrador judicial. O HPP, que foi o primeiro hospital privado a abrir portas em Portugal, foi declarado insolvente a 24 de abril de 2013, depois de falhadas as negociações com os credores, que recusaram uma proposta da administração no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER).

Com dívidas de 14 milhões de euros, os bens do HPP estão avaliados em cerca de dois milhões de euros e foram estes que foram colocados em venda por negociação particular. Até ao momento, o administrador judicial promoveu três diligências de venda na modalidade de apresentação de propostas em carta fechada, com abertura das propostas a 13 de setembro do ano passado, e a 23 de janeiro e 23 de maio deste ano.

Apenas a diligência de 13 setembro de 2013 resultou na adjudicação de bens, pelo valor de 8.150 euros, não se registando propostas em relação às restantes. Na diligência mais recente, diverso material e equipamentos hospitalares, com o valor base de 790.323,62 euros, e uma viatura, com valor base de 8.500 euros, foram mostrados aos interessados, mas não obtiveram qualquer proposta.

Foram também vendidos bens através da modalidade de apresentação de propostas espontâneas, que resultaram na obtenção de 74 mil euros. No âmbito da liquidação do ativo da massa insolvente, foram efetuadas cerca de 1.300 notificações aos devedores da Hopalis (empresa do HPP), através das quais foram recuperados 12 mil euros. De acordo com o administrador judicial, encontram-se em curso ações judicias para cobrança de dívidas no valor aproximado de 1,2 milhões de euros.

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O fim do Hospital Particular de Lisboa começou a desenhar-se há dois anos, quando os clínicos decidiram encerrar o serviço de urgência por considerarem que não existiam condições para que funcionasse.

Relativamente ao imóvel, propriedade da Fundação Stanley Ho, a mesma fonte disse que este “já foi reclamado pelo proprietário”. O fecho deste hospital foi determinado após os credores da instituição terem inviabilizado uma proposta para obter condições para o pagamento das dívidas aos fornecedores e aos trabalhadores, que ascendem a 14 milhões de euros.

O fim do Hospital Particular de Lisboa começou a desenhar-se há dois anos, quando os clínicos decidiram encerrar o serviço de urgência por considerarem que não existiam condições para que funcionasse. Nos meses seguintes, apenas dois doentes permaneceram internados, a receber cuidados continuados, tendo sido transferidos em outubro de 2012 para outras instituições.

No local continuaram alguns funcionários, principalmente administrativos, que reclamavam salários em atraso. Em outubro de 2012, alguns funcionários manifestaram-se frente à instituição a reclamar os seus vencimentos em atraso e a apelar a uma intervenção que evitasse o fim de uma instituição com mais de 40 anos de vida. A instituição está encerrada, existindo no local a informação de que esta está “em remodelação”.