O presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, Rui Riso, garantiu esta segunda-feira que vai estar atento ao evoluir da situação no Novo Banco e disse acreditar que os trabalhadores não vão ser afetados com uma reestruturação.

Em declarações à agência Lusa, Rui Riso disse ter ficado contente com as palavras do governador do Banco de Portugal, Carlos Tavares, e da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, a garantir que os trabalhadores não vão ser afetados pela situação.

O BES, tal como era conhecido, acabou este fim-de-semana com o Banco de Portugal a criar o Novo Banco, que fica com os ativos bons e recebe 4.900 milhões de euros, e a colocar os tóxicos num ‘bad bank’.

“Claro que vamos estar atentos. Estas coisas não se conseguem prever. Vamos ver o que vai acontecer nas relações entre as estruturas hierárquicas e os trabalhadores”, disse Rui Riso.

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O presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas esclareceu que “já há muito tempo que o espaço pessoal dos bancos tem vindo a ser ajustado e adequado a uma diminuição forte da atividade bancária por pressão na diminuição da atividade financeira”.

“Os trabalhadores são o ‘leitmotive’ [orientadores] dos depósitos, da garantia da confiança que os depositantes têm no banco. Os trabalhadores do BES são o suporte, os primeiros a ser confrontados pela desconfiança dos clientes e os que procuram garantir que os clientes não abandonam o banco”, sublinhou.

Sobre o Novo Banco, Rui Riso considerou que o ‘know how’ , a “competência e a dedicação dos trabalhadores é um garante de que a nova instituição terá condições para andar com segurança e com competência”.

O responsável garantiu que, até agora, ninguém falou em reajustamentos que pudessem levar à dispensa de trabalhadores. “Um banco novo, independentemente das condições em que aparece, vai precisar de trabalhadores, vai ser fundamental ter trabalhadores que expliquem as alterações aos clientes e façam uma demonstração de confiança”, disse.

Enquanto o Novo Banco fica com os ativos “bons” do BES, s ativos problemáticos, caso das dívidas do Grupo Espírito Santo e a participação maioritária no BES Angola, ficam no chamado ‘bad bank’ (‘banco mau’). Este terá uma administração própria, liderada por Luís Máximo dos Santos, segundo o jornal Expresso, e não terá licença bancária.

O Novo Banco será liderado por Vítor Bento, que substituiu o líder histórico Ricardo Salgado à frente do mês e a quem coube dar a conhecer prejuízos históricos de quase 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre.