A inauguração estava marcada para as 19h00. Mas às 19h15, os responsáveis pelas obras ainda usavam o berbequim e despejavam baldes de água à entrada. Após uma limpeza frenética os convidados, curiosos e jornalistas puderam finalmente matar a curiosidade e ver o novo Cinema Ideal.

O centro de todas as atenções é a sala de cinema. Chão em cortiça, tela não muito grande, “para que seja possível ver os filmes em perfeitas condições independentemente de o espectador estar na plateia ou no balcão”, explica ao Observador o gerente Fernando Vidal.

As cadeiras saltam à vista por serem diferentes daquelas prometidas em dezembro, quando o projeto da distribuidora Midas Filmes e a Casa da Imprensa foi anunciado aos jornalistas. “Perdiam-se 40 lugares dos 192 disponíveis”, justificou Fernando Vidal. 40 lugares necessários à rentabilização do projeto.

Os testes de som e imagem também terminaram às 19h05, mas com todas as certezas de que a primeira exibição no Cinema Ideal – a estreia comercial de “E Agora? Lembra-me“, de Joaquim Pinto, ia correr bem. Na sala de projeção, a estrela é o projetor de cinema digital Christie, modelo de 2014. Inclinado, para que as distorções que surgem na imagem quando o equipamento não está alinhado com o centro da tela (efeito trapézio) não entrem nesta sala de cinema.

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O projeto de recuperação, do arquiteto José Neves (Prémio Secil de Arquitetura 2012), custou cerca de 500 mil euros. Desse valor, quase uma quinta parte foi destinada para som e imagem, conta Fernando Vidal. A livraria e o bar com refeições, no piso de cima, ainda não estão prontos, nem há uma data marcada para entrarem em funcionamento. Os atrasos na emissão de licenças ajudaram no atraso. No entanto, o Cinema Ideal anunciou que só abriria em setembro. Abriu três dias antes, para acolher a estreia do documentário de Joaquim Pinto.

A 4 de setembro, o Cinema Ideal recebe a estreia de “Magia ao Luar”, nova comédia romântica de Woody Allen, protagonizada por Colin Firth e Emma Stone. A 11 de setembro a estreia volta a ser portuguesa, com “Os Maias”, onde o realizador João Botelho mergulha no universo queirosiano.

Ao todo vão trabalhar nove pessoas no cinema, cujos bilhetes vão custar entre cinco e sete euros.