O PSD saiu esta tarde em defesa do Governo e da “ampla reforma judicial” que está a implementar, depois de o primeiro dia do novo mapa judiciário ter arrancado com problemas de fundo no acesso à plataforma informática que deveria fazer a ligação entre as 23 comarcas agora existentes.
Falando esta tarde na sede do PSD, a deputada e vice-presidente do partido Teresa Leal Coelho desdramatizou as falhas no acesso ao portal, sublinhando que os problemas informáticos levaram à “suspensão do acesso ao Citius para que se pudesse corrigir aquilo que impedia o acesso das comarcas a 100%”.
“Se for preciso adiar horas ou dias a implementação desta reforma, não há problema”, disse a dirigente do PSD.
Para Teresa Leal Coelho, a implementação deste sistema é “um passo muito importante para a melhoria da justiça no país”, que permitirá, diz, “acabar com a justiça ambulante” e “fazer com que os cidadãos compreendam melhor a justiça”. Para a deputada social-democrata, a “especialização e a proximidade” continuam a ser as “grandes vantagens desta reforma”.
O primeiro dia do novo mapa judiciário, que divide o país em 23 comarcas, começou com o sistema informático, que deveria estar operacional desde a meia-noite, em baixo. O problema foi detetado logo de manhã, quando as portas dos tribunais se abriram, mas tem-se mantido durante toda a tarde, impedindo o trabalho dos funcionários judiciais, magistrados e advogados das várias comarcas.
Quando se tenta aceder ao portal, a mensagem que aparece é de que a “página está temporariamente indisponível” por se ter dado “início ao processo de arranque do Citius nas 23 comarcas”. “Estima-se que nas próximas horas o sistema esteja operacional”, lê-se.
Contactado esta manhã pelo Observador, o Ministério da Justiça disse que na origem do problema estavam os testes feitos ao sistema informático que mostraram que tinha um “erro de distribuição”, que podia gerar falhas na passagem de processos do velho para o novo sistema. “É evidente que existirão falhas, uma reforma destas não pode acontecer sem uma falha”, chegou a dizer a ministra da Justiça à TSF.