O Banco de Portugal quer decidir sobre os moldes em que vai ser feita a venda do Novo Banco o mais rapidamente possível. E as instruções são claras: deixar tudo pronto até ao fim do mês, escreve esta quarta-feira o Diário Económico. Para isso, o BNP Paribas, o banco escolhido para assessorar o processo, deverá avaliar o perfil dos interessados e afinar o formato de alienação, para depois o Banco de Portugal tomar a decisão final.

O objetivo é esclarecer o que está exatamente à venda e o que querem os investidores, para depois escolher qual o modelo que melhor se adequa à alienação. Segundo o Económico, já há algum tempo que o banco francês BNP Paribas conhece bem quem são à partida os interessados – nomes como o Santander, o BBVA ou o La Caixa estão entre os nomes referidos no passado, ainda antes do nascimento do Novo Banco.

Nos últimos dias têm crescido as pressões, por parte da banca e também do Governo, para que o processo se acelere e que a venda seja feita como um todo. Esta semana, Marques Mendes já tinha afirmado no seu comentário semanal na SIC que a venda, num todo, viria a ser feita através de concurso público e num prazo de quatro a seis meses. Daí que, a ser verdade, o caminho para iniciar o processo de venda tenha de estar trilhado o quanto antes.

Ainda assim, apesar da urgência em acelerar o processo, a venda não será feita antes de concluída a análise que o BCE está fazer aos bancos que vão passar em novembro para a sua supervisão direta, e antes de se conhecer o balanço ‘zero’ do Novo Banco.

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Carlos Costa já queria afastamento de Salgado no fim de 2013

As reuniões entre o governador do Banco de Portugal e o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho para avaliar a possibilidade de contaminação do Grupo Espírito Santo ao BES já tinham começado em outubro, depois de o supervisor ter tido conhecimento do buraco de 7 mil milhões de euros nas contas, avança o Público.

Os encontros em São Bento para discutir a deterioração das holdings do GES decorreram entre outubro e dezembro, altura em que Carlos Costa terá sugerido a Passos Coelho que Ricardo Salgado deixasse a liderança do BES. Para o governador do Banco de Portugal, essa teria de ser, escreve o Público, a forma de travar os problemas que começavam a ser detetados na gestão do grupo. Já em 2012, Salgado tinha sido chamado ao Ministério Público para explicar três retificações à declaração de IRS do ano anterior.

Mas Carlos Costa foi prudente, e terá dito a Passos que a resignação devia partir do próprio para evitar que o Banco de Portugal fosse acusado de estar a interferir em gestões privadas, e não avançou nenhum nome para o substituir.