Cabo Verde quer aproveitar a experiência da Índia para capacitar e trabalhar com os empresários do país sobre as melhores formas de fazer negócios internacionais, afirmou esta segunda-feira fonte oficial.

A intenção foi manifestada na Cidade da Praia, por Carlos Semedo, diretor-geral dos Assuntos Globais do Ministério das Relações Exteriores (MIREX) de Cabo Verde, na abertura de um seminário para capacitar setores empresariais sobre como fazer negócios internacionais.

O evento, promovido conjuntamente pelo MIREX, Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação (ADEI) e Cabo Verde Investimentos (CV) será conduzido até sexta-feira por três professores do Instituto Indiano do Comércio Exterior (IIFT).

“A Índia tem um setor de pequenas e médias empresas muito avançado, um setor empresarial muito dinâmico e pessoas muito capacitadas, estando três professores na Cidade da Praia para ministrar o seminário. É bom transmitir essas informações ao setor privado”, sustentou.

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Segundo Carlos Semedo, Cabo Verde participa regularmente no Indiafrica, um fórum de diálogo político entre a Índia e África, e o seminário é o resultado do interesse do governo indiano em ajudar os países africanos a enriquecer o seu tecido empresarial.

“Para internacionalizar as nossas empresas é preciso dotar o setor privado de conhecimentos sobre comércio. Não se pode cair de paraquedas e ir, por exemplo, à Europa e fazer negócios. Temos de saber como as coisas funcionam”, sustentou o responsável, desafiando o setor privado a tirar proveito da abertura dos mercados internacionais.

“Não podemos ocupar o papel do setor privado. Estamos a tirar tudo o que é conhecimento, possibilidades de financiamento e de abertura de mercado, e agora cabe ao setor privado também tirar proveito”, sublinhou, referindo que o papel do governo cabo-verdiano é “facilitar, abrir e criar as condições” para as empresas operarem.

“Cabo Verde sempre fez o seu melhor em termos de negócios internacionais. Trazer os peritos indianos para capacitar o nosso setor empresarial e económico é um exemplo de diplomacia económica cabo-verdiana”, disse Semedo, para quem o turismo é uma área que participa na “cadeia global de valor”, mas há outras indústrias também com chances de entrar na cadeia.