“Devia ter vergonha!” Indignados e irritados, foi desta forma que, esta terça-feira, os passageiros de um voo paquistanês receberam o ex-ministro do Interior do Paquistão, Rehman Malik, quando este finalmente apareceu junto do avião para embarcar. Estava duas horas atrasado e, durante esse período de tempo, os restantes passageiros foram obrigados a esperar no interior da aeronave. E não hesitaram: impediram Malik e outro político de entrarem a bordo.

Neste vídeo é possível ver o momento em que o ex-ministro se tenta aproximar do avião, sendo recebido com gritos das pessoas que já estavam a bordo. O voo de Karachi para Islamabad, capital do Paquistão, acabou por seguir sem que os dois políticos tivessem tomado os seus lugares e também sem o pedido de desculpas exigido pelos passageiros a Malik, que utilizou a rede social Twitter para pôr as culpas nas linhas aéreas paquistanesas (PIA).

Como resposta à pergunta feita por Malik – “quem deve arcar com as culpas pelo atraso?” – que o próprio diz ser a PIA, muitos paquistaneses acusaram o ex-ministro e o governo a que pertenceu de terem destruído a companhia aérea. Outros, irónicos, ofereceram-se para comprar um relógio aos dois políticos, e outros ainda mostraram-se indignados contra aquilo que dizem ser uma “cultura VIP” em voga no Paquistão.

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De acordo com a BBC, a PIA justificou-se dizendo que, devido a questões técnicas, o voo se atrasou 90 minutos e que, depois, dois dos seus funcionários de bordo provocaram um “atraso desnecessário” e foram posteriormente suspensos.

Do Parlamento para o lixo

Esta terça-feira também não foi um dia bom para Vitaly Zhuravsky, deputado ucraniano do Partido das Regiões, de que fazia parte o ex-presidente do país Ianukovich. Sem que se tenha percebido ao certo o que motivou os seus agressores, a verdade é que Zhuravsky acabou dentro de um caixote do lixo, para lá atirado por um conjunto de manifestantes irados.

Este deputado foi responsável, em janeiro, quando Ianukovich ainda era presidente, pela aprovação de uma lei que impunha ainda mais restrições aos movimentos de contestação ao governo ucraniano. A lei revelar-se-ia, contudo, ineficaz, uma vez que os protestos ocorreram ainda assim e levaram à queda do presidente pró-russo.

Este incidente deu-se antes da sessão parlamentar que aprovou a ratificação de um acordo de associação entre a Ucrânia e a União Europeia e também de uma lei de amnistia para os envolvidos nos combates separatistas do leste do país.