No pior cenário possível para a crise do ébola nos países mais afetados, Libéria e Serra Leoa, pelo final do mês de setembro o número de casos diagnosticados poderá chegar aos 21 mil. Quatro meses depois, em janeiro, se a doença continuar a espalhar-se ao ritmo atual, esse número pode disparar para os 1,4 milhões. Estes dados fazem parte de um relatório apresentado esta terça-feira pelo Centro para Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano, que, baseando-se num modelo computacional, traçou dois cenários – este, mais pessimista e um outro, mais otimista.

O cenário mais animador aponta a hipótese de a epidemia nos dois países estar praticamente terminada a 20 de janeiro de 2015, diz o mesmo relatório, escreve o New York Times. As condições para que isto acontecesse? Funerais seguros – em que ninguém possa tocar nos corpos dos mortos – e tratamentos em locais onde o risco de contaminação seja reduzido ao mínimo. Neste momento, de acordo com o mesmo estudo, apenas 18% dos pacientes na Libéria e 40% na Serra Leoa têm acesso a estas condições.

Ainda assim, estas projeções baseiam-se em dados do mês de agosto e o diretor do Centro para Controlo e Prevenção de Doenças, Thomas R. Frieden, disse ao New York Times que a situação melhorou muito desde então, uma vez que a região está a usufruir de mais apoio. “O meu instinto diz-me que, com as ações que estamos a levar a cabo atualmente, o pior cenário não vai acontecer”, acrescentando ser importante perceber que não deixa de ser possível. O relatório não inclui números para a Guiné-Conacri, um dos três países mais atingidos, porque a contagem de casos tem oscilado muito, não sendo possível fazer modelações.

Na segunda-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) previu que no início de novembro o número de casos possa chegar aos 20 mil, caso as medidas de controlo não sejam melhoradas. De acordo com a OMS, atualmente há 5843 casos diagnosticados e 2803 mortes.

 

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