A candidatura de António José Seguro entregou este domingo uma queixa contra António Costa por ter enviado hoje, durante o período de votações, uma mensagem aos militantes a apelar ao voto. A Comissão Eleitoral presidida por Jorge Coelho já notificou a candidatura de António Costa, que disse que o envio da SMS foi um “erro processual” e foi imediatamente cessado.
Em causa está uma mensagem enviada por telemóvel para os inscritos, que a candidatura de António José Seguro diz tratar-se de uma “violação grosseira das regras democráticas”. A queixa é assinada por João Proença, diretor da campanha de Seguro, e é dirigida ao Presidente da Comissão Eleitoral.
“Hoje não deixe de votar. O PS precisa do seu apoio. Se tiver dúvidas onde vota, ligue 808303001. Conto consigo. António Costa”.
“Em 40 anos de democracia nunca assistimos a uma violação tão grosseira das regras democráticas como esta que António Costa acabou de praticar. A campanha terminou na sexta-feira. Hoje é o dia das eleições. A candidatura de António José Seguro censura esta atitude anti-democrática e desrespeitosa de António Costa. Com esta atitude, António Costa mancha o processo eleitoral. A candidatura de António José Seguro aguarda, com urgência, uma posição pública da Comissão Eleitoral”, lê-se na queixa apresentada este domingo.
A resposta da Comissão Eleitoral não demorou muito a chegar, tendo emitido uma deliberação onde se pede à candidatura de António Costa que “cesse com efeitos imediatos o envio de mensagens SMS durante o dia do ato eleitoral”, “sob pena de as mesmas poderem influenciar, ainda que indiretamente, o sentido de voto”.
A candidatura de António Costa foi informada pela Comissão Eleitoral, tendo assegurado que o envio de mensagens SMS foi “imediatamente cessado” e que o mesmo se tratou de “um erro processual”.
As eleições primárias que vão decidir a escolha do candidato do PS a primeiro-ministro decorrem este domingo até as 19h. Apesar de não ser uma eleição interna no partido socialista e, portanto, não ter de obedecer às regras da Comissão Nacional de Eleições, ambas as candidaturas concordaram em instituir um dia de reflexão, não podendo fazer campanha na véspera nem no próprio dia do sufrágio.