Permanecer na União Europa: sim ou não? Depois das emoções fortes com o referendo à independência da Escócia, que ditou a vitória do ‘não’, o Reino Unido pode estar a caminho de outro referendo de semelhante importância. David Cameron, o primeiro-ministro britânico, confirmou hoje que uma vitória dos Conservadores nas eleições gerais do próximo ano poderá conduzir a referendo para questionar a continuidade na UE, conta o Guardian.

Sob pressão depois de os Conservadores terem perdido o segundo deputado para o UKIP — Mark Reckless –, Cameron admitiu o referendo caso não consiga melhorar as condições dos britânicos na União Europeia, organização que quer ver mais unida e sólida. O contexto é importante: o UKIP é um partido eurocético e anti-imigração, que ganhou as últimas eleições europeias, com 26,77% dos votos, contra 23,31% dos Conservadores, açambarcando assim a insatisfação interna face à política europeia.

“Eu disse isto toda a minha vida política: se pensasse que não era do interesse dos britânicos estar na União Europeia eu não ia defender tal coisa. Sou apenas uma pessoa e político patriótico. Eu faço este trabalho porque amo o meu país, preocupo-me apaixonadamente sobre o futuro e quero que seja uma nação forte, orgulhosa e autónoma”, explicou Cameron, em declarações à BBC1.

David Cameron quer assegurar-se de que as pessoas podem circular na União Europeia por trabalho, mas sem reclamar benefícios. Na prática, quer bloquear o envio de abonos de família por parte de trabalhadores que estão no Reino Unido, por exemplo. Cameron deixou claro que as restrições seriam apenas aplicadas para os novos membros, que apenas teriam direito aos benefícios assim que a economia deles atingisse um certo patamar.

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“O direito para trabalhar em França e Espanha ou dos espanhóis para virem e trabalharem foi publicitado aqui. Isso é uma coisa. Mas uma coisa completamente diferente é estar apto a reclamar benefícios, ou até trabalhar no Reino Unido e enviar os benefícios para casa para as famílias que ficaram no país de origem”, explicou.

As negociações adivinham-se complicadas, mas Cameron está confiante. “Eu quero que os outros 27 países da União Europeia vejam que há um plano aqui, que uma reforma pode conduzir a uma UE renovada e a uma relação renovada com o Reino Unido, que levará os britânicos a ficar [na UE]. (…) Quero que vejam que esse é o objetivo. Se não conseguir alcançar isso, o povo britânico decidirá se quer ficar ou sair”, afirmou.

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