O escritor turco Orhan Pamuk, Nobel da Literatura em 2006, recebe hoje, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural.

Esta é a segunda vez que o galardão, instituído pelo Centro Nacional de Cultura (CNC), em cooperação com a Europa Nostra e o Clube Português de Imprensa, é atribuído e, à cerimónia, entre outras personalidades, assiste o presidente da Comissão Europeia ainda em funções, José Manuel Durão Barroso.

Em declarações à Lusa, o presidente do CNC, Guilherme d’Oliveira Martins, realçou a iniciativa de Pamuk de criar o Museu da Inocência, em Istambul, “que associa a salvaguarda do património às causas do entendimento e da compreensão”.

O Museu da Inocência foi este ano distinguido com o Prémio Museu Europeu do Ano.

Orhan Pamuk recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 2006 e o romance “Museu da Inocência”, que conta uma história de amor, passada em Istambul, entre a primavera de 1975 e os últimos anos do século XX, foi o primeiro que publicou, depois de ter sido distinguido pela academia de Estocolmo.

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O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva distingue “as contribuições excecionais para a divulgação do património cultural e dos ideais europeus”, segundo comunicado do CNC, enviado à agência Lusa.

“O júri apreciou particularmente a forma original como Pamuk consegue dar vida aos valores e ideais europeus, e promovê-los além-fronteiras através da sua obra literária, profundamente enraizada na história e na cultura do seu país, a Turquia”, afirmou Oliveira Martins, que presidiu ao júri.

Ao historiador de arte José-Augusto França, de 91 anos, natural de Tomar, foi atribuído um Prémio Especial, “pela sua atividade profissional, repartida entre Portugal e vários outros países europeus, no campo da difusão da cultura e da arte europeias”, segundo comunicado do CNC.

Pieter Steinz foi também distinguido com uma Menção Especial, “por ter criado uma original enciclopédia de ícones culturais que fazem parte do ADN da Europa, através do jornal diário NRC Handelsblad e do blog Made in Europe – The Cultural Icons That Unite Us”.

O jornalista neerlandês “identificou e reuniu mais de 200 símbolos da arte e do património europeus, com grande influência nos quatro cantos do continente”, afirma o júri.

No ano passado foi distinguido o escritor italiano Claudio Magris e foram atribuídas duas menções honrosas, ao húngaro Olivér Kovács e ao turco Ozgen Acar, por iniciativas relacionadas com o património, desenvolvidas nos respetivos países.