Há quinze dias, o ministro Nuno Crato garantia no Parlamento que nenhum professor seria prejudicado pelos erros cometidos na aplicação da fórmula de ordenação dos docentes na Bolsa de Contratação de Escola (BCE) – para suprir necessidades em escolas com contratos de autonomia ou em territórios de intervenção prioritária – mas na sexta-feira mais de 150 docentes descobriram que perderam o lugar nas escolas e ficaram sem trabalho. Crato reitera que o processo de colocações ainda está em curso, mas questionado sobre se algum docente ficará no desemprego, o ministro não deu garantias.
“Nós tínhamos de corrigir o erro [na BCE]. O erro foi reconhecido e o processo está a meio. Falaremos sobre isso no fim. Estamos a acompanhar com particular atenção esses casos”, respondeu esta manhã Nuno Crato aos jornalistas, à margem da conferência “O Futuro da Europa é a Ciência”, quando questionado sobre a situação dos mais de 150 docentes que ficaram sem trabalho, depois de três semanas de aulas, por causa da correção das listas de ordenação.
“A nossa esperança é que seja muito pequeno ou mesmo nulo o número de professores nessa situação. Espero que chegando ao fim do processo tenham colocação”, acrescentou o governante, sem nunca dar garantias de que todos os docentes serão repescados. “Quando é cometido um erro por parte da administração, esse erro deve ser corrigido mas não dá lugar a consolidação de posições”, frisou Crato.
Na passada sexta-feira, 3 de outubro, foram divulgadas as novas listas da Bolsa de Contratação de Escola já corrigidas e com os dois critérios devidamente ponderados. Nesse dia o Ministério da Educação explicou que dos cerca de 880 docentes que tinham sido colocados na primeira bolsa, e que estavam a lecionar desde o dia 16 de setembro, metade teria de mudar de escola ou agrupamento e mais de 150 ficaram mesmo sem lugar. Contudo esta semana há mais dois concursos, pelo que só no início da próxima semana estes docentes saberão se ficam ou não no desemprego.