O Vaticano está a preparar-se para fazer mudanças. Foi emitido um documento, nesta segunda-feira, fruto de um sínodo de bispos reunido para discutir os problemas das famílias nas sociedades contemporâneas, que sinaliza uma mudança de atitude da Igreja Católica para com a comunidade homossexual e divorciados, conta o jornal New York Times.

Da reunião de bispos, vindos de todos os cantos do mundo, saiu a indicação para os padres católicos reconhecerem os “aspetos positivos das uniões civis e da coabitação”. Como já nos tem habituado durante os seus 18 meses de papado, o atual sumo pontífice da Igreja católica tem investido muito do seu tempo numa “atualização da Igreja”, contrariando a atitude rígida e conservadora do seu antecessor, Bento XVI.

O documento divulgado, nesta segunda-feira, urge os padres católicos a serem mais acolhedores para com a comunidade homossexual, afirmando que esta tem “dons e qualidades para oferecer à comunidade cristã”. E também pede que os padres tratem os católicos divorciados que voltaram a casar com respeito, “evitando qualquer linguagem ou comportamento que os possa fazer sentir discriminados.” O documento, contudo, deixa em aberto a questão se estes podem voltar a receber a comunhão do matrimónio, quando casam pela segunda vez.

No final do sínodo, que ainda vai decorrer durante mais uma semana, vai ser emitido outro documento. Apesar de ser improvável que este sínodo vá alterar a doutrina da igreja, este diálogo pode vir a mudar o tom e a forma como se fala sobre estes temas no mundo religioso, escreve o The New York Times.

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