A Comissão Europeia admite a possibilidade de despedimentos nos bancos portugueses que receberam ajudas de Estado, nomeadamente no Banco Espírito Santo (BES), numa resposta ao eurodeputado João Ferreira (PCP), divulgada em Bruxelas nesta quinta-feira. “Algumas das medidas destinadas a assegurar a viabilidade a longo prazo consistem em reduzir o número de trabalhadores e a dimensão das redes de sucursais, bem como em rever a estratégia e a atividade globais”, diz o comissário europeu para a Concorrência, Joaquín Almunia.

Almunia salienta ainda que “os bancos que beneficiaram de auxílios estatais foram obrigados a apresentar à Comissão planos de restruturação que definam as medidas adotadas para restabelecer a viabilidade a longo prazo sem recorrer novamente ao apoio do Estado”.

Questionado por João Ferreira sobre que medidas, no caso da resolução do BES, estão previstas para limitar a distorção da concorrência, Bruxelas salienta que “o Governo português comprometeu-se a adotar algumas medidas para o ‘banco mau’ e para o banco de transição. Estas medidas serão descritas na decisão, que será publicada no sítio Web [página na internet] da Comissão assim que as informações confidenciais e os segredos comerciais possam ser divulgados”.

A 3 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição. No chamado banco mau (‘bad bank’), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas, enquanto no ‘banco bom’, o banco de transição que foi nomeado Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

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