Um jovem morreu baleado na Ilha de Moçambique (norte) na quarta-feira no decurso das eleições gerais moçambicanas, quando a polícia procurava dispersar um grupo de manifestantes que bloqueava o acesso a uma assembleia de voto.

Segundo um relatório conjunto do Centro de Integridade Pública de Moçambique (CIP) e da Associação dos Parlamentares Europeus em África (AWEPA), divulgado esta sexta-feira, os manifestantes terão bloqueado os acessos da Escola Primária Completa de Jambesse, no momento em que se realizava a contagem de votos. Na altura estava também presente no interior da unidade de ensino o presidente do município, Saíde Gimba, assim como “um comandante distrital da Polícia da República de Moçambique e um administrador distrital”.

Em resposta aos protestos, uma unidade da Força de Intervenção Rápida da cidade de Nampula, capital da província com o mesmo nome, foi chamada ao local, tendo um jovem morrido na sequência de disparos efetuados pela polícia e “devido à falta de socorro imediato”.

Na quinta-feira, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, acusou a polícia de ter morto uma pessoa no distrito de Nhamatanda, província de Sofala, centro de Moçambique, e de ter ferido a tiro outras cinco nas cidades de Nampula (norte) e Beira (centro), apontando esses alegados casos como exemplos de intimidação e de violação da lei eleitoral.

Ainda de acordo com o boletim de monitoria eleitoral do CIP/AWEPA, que cita a Agência de Informação de Moçambique (AIM), 43 pessoas terão sido detidas pela polícia no dia das eleições presidenciais, legislativas e para as assembleias provinciais, devido a irregularidades eleitorais, designadamente 12 na província da Zambézia, 21 em Nampula e 10 em Tete.

Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados na quarta-feira para escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais. No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.

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