O produto interno bruto (PIB) da China cresceu 7,3% no terceiro trimestre face ao mesmo período do ano anterior, a expansão mais lenta dos últimos cinco anos. O arrefecimento do setor imobiliário e a descida da produção industrial criam o risco de que o governo não consiga atingir os objetivos anuais de crescimento, o que aconteceria pela primeira vez desde 1998, ano que marcou o auge da crise financeira asiática.
A taxa de crescimento da China, a segunda maior economia mundial depois dos EUA, é um dos fatores a que os investidores internacionais estão mais atentos nos últimos meses, com receios de um abrandamento mais pronunciado do que o previsto e, para os mais pessimistas, um risco de uma crise no mercado de crédito.
O crescimento homólogo de 7,3% do PIB no terceiro trimestre reflete uma desaceleração face à marca de 7,5% do segundo trimestre. O governo tem procurado tranquilizar os investidores internacionais sublinhando que a meta de crescimento, de 7,5%, é uma meta aproximada. E as autoridades prometem gerir a política monetária e o investimento público de forma a fechar o ano com uma taxa de crescimento dentro da margem pretendida.
Para manter o ritmo de expansão da economia dentro dessa margem, o governo chinês tem apostado em estímulos monetários e orçamentais, incluindo investimentos em ferrovias e energia. Estão também a ser aplicadas medidas de apoio ao setor imobiliário, para evitar que a desaceleração prevista da economia se transforme na “aterragem brusca” temida por economistas como o norte-americano Nouriel Roubini.
Ainda assim, os analistas de mercado veem “riscos negativos daqui para a frente”, nas palavras de Shuang Ding, um economista do Citibank citado pelo The Wall Street Journal. “O crescimento no quarto trimestre pode ser pior do que no terceiro”, receia o especialista, temendo o impacto da desaceleração global que tem sido projetada por vários organismos internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI).